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Scot Consultoria

Sobras da colheita evitaram emissão de 1,5 mil kg de gás carbono no ar


Segunda-feira, 25 de julho de 2011 - 09h12

O solo coberto com palha de cana-de-açúcar libera 20% menos gás carbônico na atmosfera, concluíram cientistas da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Câmpus Jaboticabal, no interior de São Paulo. A explicação é que sem a proteção natural o estoque de carbono da terra se dissipa com mais facilidade. No estudo, a diferença na emissão de dióxido de carbono (CO2) entre o terreno coberto pelos detritos e o desprotegido foi de 400 quilos de carbono, ou 1,5 mil quilos de gás carbônico. A equipe foi liderada pelo físico Newton La Scala Júnior.


Uma pesquisa anterior realizada pelo mesmo grupo calculou toda a emissão de gás carbônico de um sistema de cultivo sucroalcooleiro - são 3 mil quilos de CO2 equivalente por hectare. Eles levaram em conta o uso de óleo diesel nos tratores, fertilizantes sintéticos e outros insumos. Com a retirada da palha, haveria esse acréscimo de 1,5 mil quilos, fazendo do solo o maior emissor isolado do sistema.


Para o pesquisador, isso é um alerta para a indústria canavieira, que já desenvolve projetos para o uso da palha da cana na produção de plásticos, energia elétrica a partir da queima da biomassa e até uma modalidade de álcool, o chamado etanol de segunda geração. "Não só do ponto de vista ambiental é mais vantajoso deixar a palha sobre o solo. Ao liberar gás carbônico, o solo fica mais pobre em nutrientes", explica o pesquisador. "Isso significa que a manutenção da palha após a colheita fará o produtor economizar no uso de fertilizantes."


Realizada de 2008 a 2010, a pesquisa é intitulada Impact of management practices on soil CO2 emissions in sugarcane production areas, southern Brazil (Impactos das práticas de manejo nas emissões de CO2 do solo em áreas de produção de cana-de-açúcar no Sudeste do Brasil). O projeto teve financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).


"Sabidamente, as áreas com cana crua, onde a colheita foi mecanizada, ou seja, não utilizou a queima, são menos poluidoras do ar", diz La Scala. "Mas nossa pesquisa mostra que, mesmo no sistema menos contaminante, a simples retirada da cobertura do solo já causa emissões de CO2 significativas."


O pesquisador ressalta ainda que esse nível de poluição é o mesmo provocado quando a terra é preparada para um novo plantio. Na cultura da cana-de-açúcar, entretanto, esse trabalho só é realizado a cada cinco anos. "Para a atmosfera, é como se tivéssemos um preparo de solo anual."


Fonte: Globo Rural. Pela Redação. 24 de julho de 2011.



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