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Caroço de algodão não altera o sabor da carne, dizem especialistas


Segunda-feira, 20 de junho de 2011 - 09h07

Estudo apresentado na Feicorte 2011 não detectou variações significativas em bois alimentados com a oleaginosa. Muitas pessoas acreditam que alimentar o gado com caroço de algodão pode comprometer o gosto da carne. Nenhum estudo, no entanto, comprova a questão, e o algodão permanecia injustamente no banco dos réus até a divulgação da pesquisa feita pelos professores Dorival Pereira da Costa, do IFMT, e Dante Lanna, da Esalq. “O problema foi relatado, nós arregaçamos as mangas, fizemos experimentos e não encontramos nada que comprovasse que a alteração de sabor fosse causada pelo algodão”, afirma Lanna. Foram feitos três experimentos, todos com bovinos Nelore, pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), pela USP Pirassununga e pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) em parceria com a Unesp. O mais próximo que se chegou da variação de sabor foi com uma administração de 34% de caroço de algodão em um confinamento de 91 dias, quantidade muito acima da que costuma ser usada pelos pecuaristas, que não passa de 20%. “A variação foi muito sutil, imperceptível ao consumidor comum”, argumenta Pereira Costa. “Mesmo assim, não era um sabor com as características apontadas pelas pessoas que culpavam o caroço”. Novas pesquisas A dupla de professores irá conduzir agora um estudo mais completo, com outros tipos de alimentação, para ver se descobre a causa do sabor alterado. “Não é um problema de genética, é de dieta”, explica o professor. O veredicto dos professores inocenta o caroço do algodão, que começou a ser usado por pecuaristas de confinamento dez anos atrás por seus atrativos de preço e valor nutritivo. A produção de carne de confinamentos ainda é muito pequena no Brasil, representando apenas 6% da produção total. A maior parte deste produto é exportada. Nos Estados Unidos, esse número chega a 95%. Usado apenas para alimentar gado confinado, o caroço do algodão é mais ou menos vantajoso dependendo do seu preço e de outros grãos. A planta, no entanto, não pode ser usada em excesso: se o óleo presente no caroço atingir 7% da dieta bovina ele começa a matar os microorganismos ruminantes do boi, prejudicando o animal. Mesmo com a alta do algodão e a sua crescente procura para produção de biocombustíveis, é interessante para os produtores alimentarem o rebanho com 10% a 20% de caroço. Fonte: Globo Rural. Por Luiz Felipe Orlando. 17 de maio de 2011.
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