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Olhar sobre os últimos escândalos de segurança alimentar na China


Terça-feira, 7 de junho de 2011 - 12h35

O Ministério da Agricultura da China lançou no início do mês de maio uma série de medidas para controlar as atividades ilegais no setor de alimentação. As medidas visam evitar o uso excessivo de pesticidas e aditivos na produção de hortaliças, suínos e laticínios. O Ministério anunciou a intensificação da fiscalização sobre as cadeias de produção e abastecimento, no intuito de evitar a entrada de produtos perigosos no mercado do país e garantir punição severa aos que violarem estas regras. O Tribunal Popular Supremo (TPS) anunciou o endurecimento das penas, incluindo pena de morte, “para os considerados culpados por violações de segurança alimentar que resultem em mortes” Escândalos recentes envolvendo a adição de nitrito na carne suína, arroz contaminado com cádmio e o ressurgimento de melamina em produtos lácteos demonstram a fraqueza do sistema de segurança alimentar chinês. O já conhecido escândalo de contaminação de leite com melamina em 2008, que matou seis bebês e deixou 300 mil doentes, prejudicou muito a credibilidade da indústria local de lácteos. Agora, são relatos de uso excessivo de fertilizantes que levaram à explosão de melancias produzidas no leste do país que têm alarmado e aumentado a desconfiança dos consumidores chineses. Zhang Yong, diretor-executivo do escritório da comissão de segurança alimentar, afirma que “a China está numa fase em que os incidentes de segurança alimentar são inevitáveis, pois a indústria de alimentos está em ascensão, mas o governo está de olho para que eles sejam cada vez menos freqüentes, a fim de garantir uma maior confiabilidade do consumidor final”. Estima-se que na China existam mais de 400 mil produtores de alimentos, mais de 2, 1 milhões de restaurantes e 200 milhões de pessoas envolvidas direta e indiretamente no setor agrícola e pesqueiro. Supervisionar esse gigante setor é uma tarefa hercúlea para as autoridades chinesas. A coordenação e supervisão efetiva dos órgãos do governo sobre a produção de alimentos, assim como a responsabilidade deste em suprir a população são pontos delicados para o governo mandarim e merecem atenção. A situação se torna mais complicada quando consideramos que se trata de um cenário de baixa fertilidade do solo, escassez de água e crescimento insuficiente da produção. A segurança alimentar é sem dúvidas um dos temas mais importantes na discussão sobre o crescimento chinês. Este conceito passa não só pela habilidade da nação de assegurar o fornecimento adequado de alimentos à população, mas também pela sua importância simbólica, política e cultural. Em especial quando se fala de um povo que sofreu com períodos de grande escassez de alimentos, como foram, mais severamente, os anos de 1958 a 1961 na China. Anos lembrados como a Grande Fome Chinesa, oficialmente referidos como “Os três anos de desastres naturais” (三年自然灾害). Atualmente as questões relativas à segurança alimentar não estão restritas ao fornecimento de alimentos, mas também à distribuição e disponibilidade. Assegurar a segurança alimentar de uma população significa possibilitar o acesso seguro, o tempo todo, à quantidade suficiente de comida. O desafio torna-se ainda maior quando se relativiza este conceito básico de segurança e se observa também as demandas da classe média crescente chinesa, cujos hábitos alimentares têm mudado ao longo de sua ascensão social. Assegurar a qualidade e a quantidade de alimentos que estejam de acordo com a manutenção do estilo de vida dessa população cada vez mais exigente parece ser mais um dos desafios para o estado chinês. Fonte: Radar China. Por Bruna Satos. 3 de junho de 2011.
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