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Scot Consultoria

Otimismo na agricultura deve continuar nos próximos cinco anos


Sexta-feira, 27 de maio de 2011 - 09h14

Mudanças no perfil e no poder de compra dos consumidores mundiais garantem lugar do Brasil no agronegócio. O bom momento vivido pelo agronegócio brasileiro no ano passado e nos primeiros meses deste ano deve se repetir nas próximas quatro safras agrícolas. A previsão é do consultor agropecuário André Pessoa, sócio da Agroconsult, que participa nesta quinta-feira (26/5) do Seminário BM&F Bovespa, realizado no Hotel Transamérica, em São Paulo (SP). Produtividade e rentabilidade elevadas, custos controlados e relações de troca favoráveis são fatores incomuns para um único ano agrícola, mas segundo o especialista, o produtor brasileiro pode começar a se acostumar com este equilíbrio positivo a partir de agora. Isso tudo, porém, só vai ser viável se o setor nacional se empenhar em expandir a área plantada com investimentos em tecnologia e sustentabilidade e apoio institucional. “Os próximos anos podem ser muito parecidos com 2010. O que é incomum pode tornar-se comum para o setor. É uma expectativa bastante viável”, afirma. Pessoa explica que o bom momento é fruto de uma mudança profunda no perfil do consumidor mundial e principalmente, na elevação de seu poder de compra. “Os consumidores de países emergentes elevaram seu poder de compra. Hoje, eles já consideram inserir fontes de proteínas à sua dieta”, diz ele. “Isso era inviável para muitas economias, como a China, por exemplo, poucos anos atrás”. Estes fatores – aumento da demanda por proteínas e maior poder de compra – pressionaram os preços das commodities no mercado internacional, aliados a variações cambiais. Ele diz que existe agora, ao contrário do cenário de dez anos passados, um choque de demanda no mercado mundial, que reduz os níveis de estoques e eleva os preços das commodities. “Isso tem relação direta com a urbanização, o crescimento da população, e a mudança de comportamentos socioeconômicos. A demanda por alimentos vai crescer e vai ser preciso suprir. Quem ainda tem áreas para crescer? A América do Sul e a África, apenas”, afirma. Expansão Na lista de países que podem oferecer novas áreas de plantio, o Brasil ganha destaque. No país, seria possível expandir em 22 milhões de hectares a área plantada, respeitando as áreas de preservação e florestas. Este aumento, na opinião do consultor André Nassar, da Consultoria Icone, é a melhor oportunidade que o país tem para avançar, mas é preciso ainda vencer alguns desafios tais como estruturar uma política institucional que subsidie o produtor rural, profissionalizar as empresas de grãos sob a ótica das práticas sustentáveis, expandir a comercialização antecipada e a prática de hedge (quando o vendedor “trava” o preço no mercado futuro garantindo um lucro mínimo), aumentar o armazenamento de grãos nas fazendas, intensificar a mecanização da lavoura e resolver, de uma vez por todas, a questão do Código Florestal. “Crescer apenas 1% ao ano não será suficiente para equilibrar a demanda e oferta, é preciso aumentar este índice. Se levarmos em consideração as condições que temos aqui no Brasil com outros países, como a China, ou os Estados Unidos, nossa agricultura é vergonhosa. Mas lá, eles possuem uma política institucional e nós não. Lá, eles não têm mais onde plantar e aqui, nós temos área sobrando e bom clima”, afirma Nassar. “É chato ficar colocando ponto negativo quando está todo mundo otimista, mas temos que nos preocupar com este debate para garantir o futuro, porque o Itamarati não está muito preocupado não”, disse. Fonte: Globo Rural Online. Por Viviane Taguchi. 26 de maio de 2011.
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