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Scot Consultoria

Exportação em alta atrai portos estrangeiros


Sexta-feira, 15 de abril de 2011 - 09h30

O aumento consistente das exportações do Brasil - de US$55 bilhões para US$201 bilhões, na última década-e as boas perspectivas econômicas do país chamam a atenção de portos estrangeiros, em especial da Europa e dos Estados Unidos. Eles planejam atrair empresas brasileiras com facilidades logísticas e incentivos fiscais para a instalação de unidades de distribuição e produção, da mesma forma que portos como Suape, no Brasil, oferecem incentivos para receber investimentos. A meta é garantir maior fluxo de navios e cargas em seus cais para ampliar a geração de receita. A lógica por trás do movimento é simples. Segundo Marcos Vendramini, consultor da área portuária, o que determina o movimento de um porto é o perfil de sua interlândia (zona de influência econômica) e a facilidade de acesso para cargas. Assim, quanto mais empresas localizadas nas proximidades de um porto, maior tende a ser sua capacidade de atrair armadores. "Só não estão vindo para o Brasil os asiáticos, porque eles não precisam, estão com o mercado todo", diz. Um dos indícios do aumento do interesse é numérico. Realizada na semana passada, Intermodal, uma das maiores feiras de logística do país, recebeu 32 portos estrangeiros com expositores, 30% mais que na edição anterior. Outros indícios são qualitativos. Um exemplo emblemático é o do porto de Houston, no Golfo do México. Conhecida como capital mundial da energia, por ser o centro nervoso da indústria petrolífera americana, a cidade tornou-se ano passado a principal porta de entrada de produtos brasileiros nos EUA por via marítima, deixando para trás Nova York. Mas representantes da Câmara de Comércio e da autoridade portuária locais acreditam que o potencial de ampliação do intercâmbio com o Brasil ainda é grande. "Se as barreiras ao etanol brasileiro caírem, seremos a porta de entrada natural para o produto", afirma John Cuttino, representante no Brasil da autoridade portuária e da Câmara de Comércio de Houston. Segundo ele, há grande potencial também em áreas como óleo e gás, como desenvolvimento do pré-sal, e materiais de construção, que vinha crescendo até o estouro da bolha imobiliária em 2008. "Nosso alvo são as grandes empresas brasileiras de energia, manufatura, alimentos e logística. Queremos recrutá-las para o Texas", diz Cuttino. Segundo ele, empresas brasileiras como Eliane, Odebrecht, Porto Belo, Tramontina e Braskem já mantém algum tipo de operação própria em Houston. No ano passado, o fluxo comercial entre o Brasil e Houston chegou a US$11,3 bilhões. O resultado foi 34% superior ao do ano anterior, e bem superior a média de crescimento de 20% ao ano, que segundo Cuttino, foi registrada na última década. Outra região com grande interesse em empresas brasileiras é Marselha, na França, que hoje praticamente não recebe mercadorias brasileiras. Dirk Becquart, diretor comercial e vice-presidente da autoridade portuária de Marselha, diz que há grande potencial em áreas como biocombustíveis e grãos, como soja. E também para produtos industrializados de nicho, que possam ser distribuídos a partir de Marselha para o restante da Europa. "Estamos mais próximos do Brasil que Rotterdam e outros portos do Norte do continente", afirma. Por ora, o executivo diz que os contatos no Brasil serão feitos através da parceria que Marselha mantém como porto de Santos. Mas adianta que, em cerca de dois anos, provavelmente será necessário estabelecer no país um representante próprio. Na Alemanha, o porto de Bremen também adota estratégias de aproximação do mercado brasileiro para captação demais carga no país. "O Brasil a se mostra cada vez mais importante ao comércio. Tornou-se imprescindível conhecer as necessidades dos clientes desta região e desenvolver soluções para atendê-las", afirma Klaus Platz, diretor comercial da Via Bremen. Fonte: Valor Econômico. Por Dubes Sônego e Cláudia Bredarioli. 14 de abril de 2011.
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