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Scot Consultoria

Grupo chinês vai investir R$4 bi em processamento de soja na Bahia


Segunda-feira, 21 de março de 2011 - 09h02

Chongqing Grain Group fechou acordo para abrir uma esmagadora de soja, uma fábrica de fertilizantes e um porto seco na região de Barreiras, no oeste do Estado. O grupo chinês Chongqing Grain Group Corporation Limited Liability Company anunciou na sexta-feira, 18, investimentos de R$4 bilhões para construção de um pólo industrial de esmagamento e refino de óleo de soja e de escoamento de produtos a ser instalado em Barreiras, no oeste da Bahia. O anúncio foi feito durante reunião entre executivos da empresa e representantes do governo baiano, realizada em Salvador. A assinatura do protocolo de intenções para o investimento ficou agendada para abril, em Pequim, durante a próxima reunião dos países que fazem parte do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), com a presença da presidente Dilma Rousseff. A previsão é que as obras comecem em maio. A expectativa é que o pólo inicie as operações em 2012, empregando inicialmente, 300 pessoas - a expectativa é que o número de funcionários possa chegar a mil. Segundo o acordo, celebrado entre o presidente da empresa, Hu Junlie, representantes de bancos chineses e o secretário de Agricultura, Eduardo Salles, a Chongqing fará três investimentos: uma usina de processamento de soja, com capacidade de esmagamento inicial de 1,5 milhões de toneladas por ano - quase metade da produção anual da Bahia (3,3 milhões de toneladas) -, uma fábrica de fertilizantes e um porto seco, para armazenamento de grãos e integração com a rede de escoamento. "Teremos capacidade inicial de refinar 300 mil toneladas de óleo e armazenar 400 mil toneladas de grãos", diz Junlie. Pelo projeto, os produtos serão escoados pela Ferrovia Oeste-Leste, que ligará a região ao litoral sul baiano e está em construção. A exportação será feita pelo Porto Sul, que deve ser instalado em Ilhéus, mas ainda está em fase de estudos. O terreno onde o pólo será construído, de 100 hectares, foi doado pela Prefeitura de Barreiras e o investimento recebe benefícios fiscais do Programa Desenvolve, do governo estadual. Desde abril do ano passado, a empresa, ligada ao município de Chongqing, um dos maiores da China, anuncia ter intenção não apenas de beneficiar soja no Brasil, mas também de produzir o grão em larga escala no País. Chegou a ser noticiado, nos jornais chineses, que o projeto da empresa era adquirir 200 mil hectares de terras na Bahia, um investimento de cerca de R$1,5 bilhão, para o plantio da soja. Isso garantiria uma produção estimada de 500 mil toneladas anuais. De acordo com o secretário Salles, porém, o investimento em terras não foi considerado no acordo. "Pelo contrário: eles pretendem incentivar os produtores locais, fornecendo a eles adubo e defensivos agrícolas", afirma. "O investimento na fábrica de fertilizantes tem esse objetivo, de fornecer o insumo aos produtores e garantir sua fidelização, já que a indústria vai demandar muita matéria-prima e há outros grandes beneficiadores de soja atuando no Estado, como as multinacionais Bunge e Cargill", diz o secretário. "O que eles querem - e precisam - é de regularidade na entrega do produto." A China importa, anualmente, 40 milhões de toneladas de soja. Salles afirma que o acordo encerra dois anos de negociações e sinaliza uma nova etapa na agricultura no Estado. "É o início do processo de agroindustrialização da Bahia, um campo com muito potencial de crescimento", avalia. "Temos a segunda maior produção de algodão do País (1,47 milhão de arrobas projetadas para 2011), mas não temos nenhuma indústria têxtil de grande porte; temos a segunda maior produção de laranja (1,2 milhão de toneladas), mas não temos processadoras. Há muito a avançar nesse campo." Fonte: O Estado de São Paulo. Por Tiago Décimo. 18 de março de 2011.
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