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Crise pode afetar Mato Grosso


Quarta-feira, 2 de março de 2011 - 09h52

Em 2010, o bloco árabe foi o principal consumidor da carne bovina estadual. Retomada das vendas pode levar seis meses. As crises políticas nos países árabes, que começou no Egito e está se alastrando por vários outros, ainda não teve impacto para as exportações de Mato Grosso, pelo menos até o saldo de janeiro já divulgado no mês passado. Mas se a convulsão se prolongar, poderá gerar perdas para a economia do Estado, com a redução das vendas de vários produtos, especialmente carnes, soja e seus derivados, principalmente o óleo. No ano passado, Mato Grosso exportou para o bloco “Oriente Médio” US$771,62 milhões, o que gerou participação de 9,13% sobre o total de 2010, em US$8,45 bilhões. Comparando o intercâmbio realizado no ano passado com o contabilizado em 2009, por exemplo, houve incremento de 18%, já que no ano anterior as exportações ao bloco somaram US$653,32 milhões. As vendas aos países árabes estão concentradas ao Irã (Oriente Médio) e ao Egito (África), sendo este último, grande consumidor da carne bovina mato-grossense. Conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), em 2010, o Irã foi o quarto maior consumidor da pauta estadual, apresentando alta de 26% sobre o ano anterior. O Egito, em 20° ampliou as compras em mais 168%. No segmento pecuário se observa ainda mais a importância dos recém conquistados mercados árabes. Segundo dados da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), em um intervalo de um ano – de 2009 para 2010 – a participação árabe “Oriente Médio” nas exportações locais de cortes bovinos passou de 18% para 33%. Com este percentual, as exportações aos países árabes superaram, pela primeira vez, o tradicional mercado russo, que até 2009 seguia como o maior comprador da carne estadual. A Rússia com participação de 34% em 2009 fechou o ano passado com 26%. “A nossa preocupação é com o tamanho desta crise. Se ela se expandir, provavelmente teremos perdas e impacto no saldo da balança comercial”, disse o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja/MT), Glauber Silveira. Segundo ele, os produtores, têm feito diversas missões ao Oriente Médio, visando à abertura de novos mercados para a soja mato-grossense. “A crise vem na contramão deste projeto e se continuar por muito tempo pode prejudicar”. Jandir Milan, presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), também vê a crise com preocupação. “O Irã é nosso grande comprador e também está entrando em crise, após o Egito. A situação realmente poderá se complicar para Mato Grosso”, disse ele. Por enquanto, segundo Milan, Mato Grosso não está sentindo os reflexos da crise. “Provavelmente, se a situação não mudar, começaremos a sentir o impacto dentro de 30 a 60 dias. Se contarmos ainda que a retomada das vendas demanda mais um tempo até a situação se ajustar. Levaremos em torno de seis meses para que a conjuntura seja normalizada”. Janeiro - As exportações mato-grossenses de milho, por exemplo, em janeiro deste ano, representaram 75% do total do país, que foi de 1 milhão de toneladas. Conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) foram exportadas por Mato Grosso 771 mil toneladas do grão. O país de destino em destaque foi a Malásia, com 104 mil toneladas, 14% da exportação do mês. A República Islâmica do Irã ficou em segunda posição com 97 mil toneladas, ou, cerca de 13% do total. Fonte: Diário de Cuiabá. Por Marcondes Maciel e Marianna Peres. 1 de março de 2011.
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