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Scot Consultoria

Adubação verde: nutrindo solo e planta de forma sustentável


Quarta-feira, 24 de janeiro de 2024 - 06h00


A produção de alimentos baseado nos conceitos da Agroecologia ganharam cada vez mais atenção.


Essa ciência busca estabelecer as bases teóricas e científicas para os diversos movimentos da agricultura alternativa, não apenas para a conservação, mas também para a recuperação do solo, além de colaborar com a nutrição das plantas que se beneficiam delas. As mudanças climáticas são um conjunto de alterações nas condições do clima na Terra que afetam as temperaturas, a ocorrência de chuvas, a nebulosidade, o nível do mar, a umidade do ar etc.


Os adubos verdes mais empregados são a mucunapreta (Stizolobium aterrimum), a crotalária juncea (Crotalaria juncea L.) e o feijão-de-porco (Canavalia ensiformis DC.), por serem plantas rústicas, com notável desenvolvimento vegetativo, adaptadas as baixas condições de fertilidade e de temperaturas elevadas.


Incontáveis são os benefícios da adubação verde e que podem variar de acordo com a espécie utilizada, época de plantio e corte do adubo verde, e as condições locais.


As vantagens da inclusão do adubo verde já foram comprovadas quanto à produtividade, como em consórcios com citros, alcançando maiores valores de biomassa e reciclagem de nutrientes com a crotalaria, guandu e feijão-de-porco.


Dentre outros benefícios, destacam-se:


1.     Melhoria da estrutura do solo: As raízes das plantas de cobertura penetram no solo, auxiliando na quebra da compactação e melhorando a estrutura. Isso beneficia a infiltração de água, reduzindo a erosão e proporcionando um meio mais propício para o desenvolvimento radicular das culturas principais;


2.     Fixação de nitrogênio: Algumas plantas utilizadas na adubação verde, como as leguminosas, possuem a capacidade de fixação do nitrogênio atmosférico no solo, por tanto, as culturas seguintes cultivadas nesse solo se beneficiam do nutriente para o seu crescimento;


3.     Aumento da matéria orgânica: Com a incorporação dessa prática, se aumenta a matéria orgânica do solo, pelo uso contínuo, promovendo a retenção de água, nutrientes e microbiota do solo;


4.     Controle de ervas daninhas e pragas: Algumas das plantas utilizadas possuem propriedade alelopáticas, ou seja, liberam compostos que inibem o crescimento de plantas invasoras e podem reduzir a incidência de pragas e doenças;


5.     Controle da temperatura: Diminuição da amplitude de variação térmica do solo, mantendo uma temperatura mais amena, favorecendo o crescimento dos microrganismos no solo.


As plantas de cobertura, devem ter características que as tornem benéficas e justifiquem a sua utilização. Devem ser rústicas, produzindo sementes em grande quantidade e de fácil obtenção.


O desenvolvimento inicial intenso e um sistema radicular vigoroso são excelentes características que permitem um fechamento rápido da área, característica propícia também para o controle de plantas daninhas por supressão ou competição.


Características de adaptabilidade da planta ao clima e à fertilidade do solo são fundamentais para que ela cresça adequadamente. Embora sejam consideradas “rústicas”, garantir a mínima nutrição contribui para o melhor desempenho, e a obtenção dos benefícios desejados.


Outra característica relevante é quanto a sanidade dos adubos verdes, não devem possuir pragas e patógenos em comum com a cultura principal. Pelo contrário, é vantajoso que contribuam com a supressão de patógenos, auxiliando a manter a cultura principal protegida.


Implementação de um sementeiro de cultura para adubação verde


O sementeiro de cultura para adubação verde desempenha um papel fundamental na implementação bem-sucedida dessa prática agrícola sustentável. É nesse ambiente que ocorre o cultivo inicial das plantas escolhidas para melhorar a fertilidade do solo.


O primeiro passo no estabelecimento de um sementeiro é a seleção criteriosa das sementes (tabela 1).


As espécies escolhidas devem ser de fácil aquisição e adaptadas às condições locais do solo e clima, levando em consideração as características específicas que contribuirão para a melhoria da fertilidade do solo (capacidade de fixar nitrogênio, aprofundar raízes e inibir o crescimento de ervas daninhas).


Para se obter o máximo de benefícios que a adubação verde pode trazer, é importante a diversificação das espécies no sementeiro.


Cada planta de adubação verde traz diferentes contribuições para o solo, seja na fixação de nitrogênio, na melhoria da estrutura do solo ou na supressão de ervas daninhas. A diversidade de espécies cria um ecossistema equilibrado no sementeiro e, posteriormente, no campo.


Além disso, o solo do sementeiro deve ser preparado de maneira adequada, proporcionando as condições ideais para a germinação e crescimento inicial das plantas. Isso pode incluir a incorporação de matéria orgânica, ajustes de pH e a criação de um ambiente propício para o desenvolvimento das mudas.


É imprescindível o acompanhamento do desenvolvimento das plantas no sementeiro. Isso inclui o monitoramento da germinação, o controle de pragas e doenças, e a realização de práticas adequadas de irrigação, quando cabível.


E não menos importante, a capacitação dos agricultores no manejo adequado do sementeiro.


Isso pode incluir treinamentos sobre práticas de adubação verde, manutenção do sementeiro e a importância da diversificação de espécies. A educação cria uma base sólida para a implementação eficaz da técnica na propriedade.


Tabela 1. Plantas utilizadas para adubação verde.

** = Dias após o palntio
Fonte: Sartori et al., (2011).


À medida que os desafios ambientais e a necessidade de práticas agrícolas sustentáveis aumentam, a adubação verde emerge como uma solução promissora.



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