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Scot Consultoria

Muito além do bife e do churrasco


Quinta-feira, 11 de maio de 2023 - 06h00


O aproveitamento de um bovino não se resume somente à produção de carne e leite, existem 49 segmentos industriais que dependem dos coprodutos, que são classificados em comestíveis e não comestíveis.


Isso graças às novas tecnologias desenvolvidas que vêm ampliando a variedade de possibilidade para o uso de todas as partes do animal, da cabeça aos pés. Transformando em produtos para pincéis de maquiagem a pó do extintor de incêndio.


Mesmo a carne sendo o principal produto comercializado a partir do boi, as inúmeras possibilidades de produtos derivados do bovino já são difundidas no mercado.


Do boi não se perde nem o berro!

Parece piada, mas não é, o som emitido pelo bovino é utilizado em diversas gravações, eventos como festas do peão no Brasil e no exterior, como componente de propaganda.


O rendimento de carcaça de um bovino, pode chegar em 52% do peso vivo do animal, ou seja, um animal terminado de 520kg, renderá para indústria 270kg de carne. Para onde vão os outros 250kg?


A pele do bovino, corresponde cerca de 10% do peso do animal, sendo destinada para a indústria de couro e utilizada na fabricação de bolsas, calçados, revestimentos, entre outros.


Pelos, sebo, gordura, sangue e glândulas são usados em medicamentos e perfumaria. A insulina, para diabéticos, é extraída do pâncreas bovino.


Cabeças, chifres, cascos, vísceras não comestíveis, vísceras condenadas, gorduras e outros resíduos ou sobras, que representam 38% do peso do bovino, são tratados como despojos, sendo 3% desse total constituído do sangue que também é utilizado pela indústria.


O despojo bovino é processado e dividido em gorduras e farinhas. As farinhas de carne e ossos, vísceras ou sangue são utilizadas para alimentação animal, 13,8% dessas farinhas são direcionadas para a indústria de pet food, sendo fontes de fósforo e cálcio mais econômicas e palatáveis.


A gordura bovina é um dos coprodutos mais aproveitados, tendo participação em chicletes, perfume, giz, pintura, desodorante. E, da gordura, também é extraído o sebo bovino.


O sebo bovino é uma das matérias-primas mais utilizada para a produção de biodiesel, usada de maneira estratégica, atualmente com uma participação de 13% da produção deste biocombustível no Brasil, como uma fonte de gordura econômica e sustentável. Além de possuir uma vasta aplicação nas indústrias de higiene e limpeza com a glicerina. Considera-se que se produza 23kg de sebo por bovino abatido.


Até o esterco é aproveitado quando se fala no boi, usado na produção do biometano, um biogás para movimentar máquinas e fertilizantes como fósforo e nitrogênio. 


Figura 1.
Diferentes usos das partes do bovino na indústria.

Fonte: Scot Consultoria


Sustentabilidade na pecuária

Com todos esses componentes extraídos dos bovinos, a pecuária de corte se torna uma atividade sustentável do início ao fim.


Ao reciclar ossos, sangue e carcaças, a cadeia está colaborando com o meio ambiente. Ao invés de descartar todo esse material, o processo de reciclagem permite colocar novos produtos no mercado e diminuir os impactos ambientais, prática sustentável e limpa.


De maneira geral, os exemplos citados comprovam que existe uma produção eficiente e sustentável, por uso pleno dos recursos disponíveis.


A reciclagem desempenha um papel relevante na sustentabilidade ambiental, associada às carnes, pois reduz a necessidade de tratamento de dejetos, com menores riscos e custos ambientais.


Referências


Abra. Estudo cadeia produtiva. Disponível em: https://abra.ind.br/abra/wp-content/uploads/2020/07/Estudo-Cadeia-Produtiva.pdf. Acesso em: 8 mai. 2023.


Embrapa. Disponível em: https://www.embrapa.br/en/contando-ciencia/. Acesso em: 8 mai. 2023.


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