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Scot Consultoria

Mais qualidade, mais dinheiro


Sexta-feira, 7 de maio de 2010 - 12h48

A exigência de padrões de qualidade é uma característica não apenas da indústria de laticínios, mas da indústria alimentícia em geral. O mercado quer um produto de qualidade e procedência conhecida, e que atenda a diferentes nichos e fins de utilização. No caso do leite essa história é relativamente recente. Os incentivos dados aos produtores por parte das empresas teve início no final da década de 90, mas somente agora vêm ganhando força. Pagamento por qualidade O pagamento pela qualidade é um instrumento para incentivar o produtor a investir em medidas que resultem em melhor qualidade do leite cru. Os incentivos ou bonificações variam entre as indústrias ou cooperativas. Ou seja, cada empresa estabelece seus próprios requisitos. De uma forma geral, são considerados: a contagem de células somáticas, contagem de bactérias, ausência de resíduos de antibióticos e/ou outros inibidores, ausência de fraude por adição de água, bem como os teores de proteína e gordura do leite. Além das bonificações pela qualidade, podem ser incluídas penalizações pela baixa qualidade. Analisando os números Nos últimos anos o preço do leite ao produtor, contabilizando as bonificações por qualidade, tem evoluído. Na figura 1 é apresentada a diferença, em porcentagem, entre o preço médio recebido pelo produtor em São Paulo e os valores com bonificações por qualidade. De acordo com dados da Scot Consultoria, de 2004 para cá essa variação passou de 8% para 16%. Tomando como exemplo São Paulo, no pagamento de abril/10, que remunera a produção de março, o produtor recebeu, em média, R$0,72/litro (preço bruto). Na média, os preços com bonificação atingiram R$0,82/litro, isto significa R$0,10 (13,5%) a mais por litro de leite produzido. Entretanto, analisando os preços máximos, temos valores próximos de R$0,90/litro. Observe na tabela 1 a diferença entre os preços médios e com bonificações para outras bacias leiteiras. Em alguns casos o ágio ultrapassa 20%. Final Os números falam por si. Em um mercado cuja margem é estreita, como é o caso da pecuária leiteira, qualquer ganho (e neste caso não é pouco) é bem vindo. Falar em qualidade do leite é o mesmo que falar em investimento em sanidade e manejo do rebanho leiteiro. Isto significa maior custo de produção da atividade. O retorno, no entanto, paga esse incremento nos gastos. Melhorias em sanidade e manejo repercutem positivamente nos índices da propriedade e na produtividade do rebanho. Os ganhos vêm em escala. Produz-se mais em uma determinada área e recebe-se mais pela produção. Por fim, o produtor precisa atender esse mercado. Do lado da indústria é preciso reconhecimento e incentivos para o produtor investir em um produto de qualidade. É isso.
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