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Scot Consultoria

Mercado externo e a produção de leite no Brasil


Terça-feira, 1 de dezembro de 2009 - 15h14

O mercado externo tem sido um fator positivo para o crescimento e profissionalização da pecuária de leite no Brasil. Ainda que as exportações representem uma fatia pequena da produção brasileira, os embarques contribuem para o escoamento da produção nacional e, conseqüentemente, para uma menor oscilação de preços no mercado interno. Considerando os números da Pesquisa Pecuária Municipal, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2008 o Brasil produziu 27,58 bilhões de litros de leite. Nesse mesmo ano, o país exportou 1,15 bilhão em equivalente litros de leite, ou seja, a participação das exportações não chegou a 5% da produção nacional. Preços maiores no mercado interno Apesar das exportações representarem pouco em relação ao mercado interno, é visível a reação do mercado em termos de preço. Analisando o preço do leite ao produtor em 2007, ano em que a balança comercial de lácteos fechou no azul (acima de US$100 milhões), é possível observar um mercado mais firme e preços mais altos (figura 1). Em 2007, o preço do leite ao produtor atingiu os maiores valores da história, R$0,86/litro (valores corrigidos). A variação de preço, considerando o pico e o piso, no período, foi de 20%. Nos anos anteriores as variações foram de 25% a 28%. Neste ano o leite já caiu 16% e a tendência é de queda nos próximos meses. Em 2008, as exportações atingiram os maiores valores da história, no entanto, com a crise mundial que reduziu a demanda e derrubou os preços dos produtos lácteos, os preços ao produtor caíram consideravelmente a partir de agosto/setembro. Expectativas para 2010 Para 2010, a expectativa é de retomada das exportações brasileiras de lácteos. Esse ano, além da menor demanda mundial, que repercutiu em preços mais baixos para os principais produtos, o câmbio influenciou negativamente os negócios. Com o real valorizado os preços no mercado internacional tornam-se menos atraentes. Vamos tomar como exemplo o preço do leite em pó, principal produto exportado pelo país. Depois de atingir os menores valores no começo do ano (US$2,1 mil/tonelada) o preço está em recuperação. Na verdade, ainda estão longe dos patamares de antes da crise, quando negócios chegaram a ocorrer acima de US$5,0 mil/tonelada, mas já se recuperaram desde então. De junho para cá o preço subiu 36,5% em dólares. A tonelada passou de US$2,6 mil para US$3,6 mil. Em reais, no entanto, a alta foi de 20%. Isto significa até R$1,0 mil de diferença por tonelada de produto caso a moeda norte-americana tivesse se mantido na casa de R$1,90 – R$1,95 (cotação do dólar em junho/09). Veja a figura 2. Final No mais, a matéria-prima (leite) no mercado interno encontra-se em um patamar mais alto em relação aos demais países produtores. Apesar da pequena participação no mercado externo é evidente a importância das exportações, principalmente quando pensamos em alternativas de escoamento da produção e oscilação de preços no mercado interno. O Brasil tem forte potencial de crescimento da produção, mas antes é preciso assegurar uma demanda para esse incremento, caso contrário os preços não se sustentam.
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