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Margem bruta de comercialização do varejo foi a maior da história


Terça-feira, 29 de setembro de 2009 - 16h18

O mercado de lácteos registrou, nesta entressafra, preços recordes para os principais produtos, em especial os leites fluídos. Nos supermercados, os consumidores viram em junho, o preço do leite longa vida (UHT), o mais consumido no país, bater na casa dos R$2,50/litro (preço médio). O preço máximo chegou a R$2,81/litro. Veja a figura 1. As vendas aquecidas e a menor oferta de leite para as indústrias colaboraram para os fortes aumentos. VAREJO X ATACADO Chama a atenção a margem bruta entre o varejo e o atacado. Observe a figura 2. No atacado o preço do leite longa vida subiu com maior intensidade no início da entressafra, a partir de março. De março a maio, o preço subiu 44% no atacado. No varejo a alta foi de 26%. Esta situação é reflexo da diminuição da oferta de matéria-prima (leite) e aumento da concorrência entre os laticínios na captação. Na figura 3 está clara a diminuição da margem bruta de comercialização do leite longa vida entre o varejo e o atacado entre maio e junho. A diferença, que vinha oscilando entre 16% e 21% até então, caiu para 6,7% em maio. Historicamente esse movimento acontece nos meses que antecedem a entressafra. A questão está nos meses seguintes. O produto custando mais na fábrica e a demanda aquecida fizeram o preço do leite UHT para o consumidor disparar. De maio a junho (pico de preço) o UHT subiu 10%, ficando cotado 39% acima do mesmo período do ano passado. As redes varejistas trabalharam com uma margem de comercialização próxima de 24%, a maior de acordo com nossa série histórica. FÉRIAS E AUMENTO DA PRODUÇÃO SEGURARAM AS ALTAS As férias do meio de ano, período em que geralmente o consumo de leite e derivados é menor, contribuíram para conter a forte alta dos produtos lácteos. Com relação ao leite longa vida, merece destaque o fato de que a elevação de preço acabou inibindo o consumo. Aumentou, durante os meses em alta, a procura por leite pasteurizado e o leite em pó. Além disso, as chuvas permitiram uma pastagem de melhor qualidade e disponibilidade de matéria seca este ano. Conseqüência disto foi o incremento da produção já a partir de agosto. Para se ter uma idéia, desde que atingiram os maiores valores em 2009 (junho), as cotações do leite UHT caíram 23% nos supermercados e padarias. Nesse mesmo período, as quedas somaram 30% no atacado. Ou seja, mesmo com os preços em queda, o mercado de lácteos deverá se sustentar em um patamar mais elevado este ano. O fato positivo é que, com uma margem bruta maior, a indústria tem espaço para abaixar os preços sem comprometer de forma intensa o faturamento. Isto pode significar queda de preço nos próximos meses até como uma forma de estimular a demanda e promover a absorção do incremento de produção com o fim da entressafra. Por outro lado, a maior demanda pode dar sustentação aos preços mesmo com o aumento esperado da produção daqui em diante. É isso aí.
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