• Quinta-feira, 25 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Situação começa a melhorar na pecuária leiteira


Quarta-feira, 1 de julho de 2009 - 09h41

O produtor de leite finalmente teve uma boa notícia no pagamento de junho, que diz respeito à produção entregue em maio. O preço médio nacional subiu quase 10% e ficou em R$0,685/litro, alta de R$0,06/litro na comparação com o pagamento anterior. Foi um aumento expressivo visto que os reajustes nos últimos meses não chegaram à casa dos R$0,02/litro. Apesar da alta, os atuais preços estão abaixo dos valores verificados na entressafra de 2007 e 2008 (figura 1). Comparando com o pico de preço de 2007 (setembro) e 2008 (junho), a diferença é negativa em relação a junho deste ano. Uma diferença de 10,7% e 7,5%, respectivamente. CUSTO DE PRODUÇÃO EM 2009 DEVE SER MENOR Apesar de estar recebendo menos pelo leite este ano, o produtor se depara com uma situação de preços menores para as principais commodities e insumos agrícolas. A crise financeira mundial gerou uma redução na demanda e os preços caíram consideravelmente entre o final de 2008 e os primeiros meses de 2009. Tomemos como exemplo a alimentação que representa a maior parte dos custos na produção de leite, especialmente no período de menor disponibilidade de pastagem de qualidade. MILHO ESTÁ 20% MAIS BARATO O preço do milho, que chegou a custar R$500,00/tonelada em julho de 2008, caiu 20% em doze meses e, atualmente, está cotado em R$395,00/tonelada (figura 2). As cotações, nos últimos levantamentos, têm se mantido estáveis em função da elevada oferta do grão e dos poucos negócios registrados até o momento. A expectativa é que os preços do milho subam à medida que os estoques forem sendo consumidos, mas os valores devem ficar abaixo do verificado nas últimas fases de alta. Pelo menos no curto e médio prazo. A polpa cítrica e o sorgo estão, respectivamente, 45% e 35% mais baratos na comparação com o mesmo período do ano passado. O que está encarecendo a dieta das vacas este ano são as fontes protéicas, principalmente o farelo de soja. O preço do farelo está 27% mais alto que em junho/08. Por outro lado, a uréia pecuária acompanhou a desvalorização do nitrogênio e os preços caíram 38% neste ano. ADUBAÇÃO NITROGENADA Os gastos com fertilizantes também devem pesar menos no bolso do produtor este ano. Veja a tabela 1. Considerando os sistemas mais intensivos de produção, a adubação, principalmente a nitrogenada, representa uma boa fatia dos custos. A uréia está custando 35% menos que em 2008, enquanto que para o sulfato de amônio esta diferença é de 25%. Os preços dos fertilizantes no curto prazo devem permanecer nesses patamares por causa do dólar mais barato e do consumo que geralmente é menor entre os meses de abril e julho. FINAL Diante de uma situação caminhando para preços melhores os produtores devem retomar os investimentos na produção. As chuvas que ainda ocorrem em algumas regiões têm permitido desfrutar mais as pastagens nesse começo de entressafra. Do lado da indústria, o mercado aquecido demanda mais matéria-prima e a concorrência tem levado os preços dos produtos lácteos para cima. O produtor está recebendo o repasse do aumento nos mercados atacadista e varejista. O ambiente é de preço em elevação para o produtor. A questão que deve ser analisada é saber como vai se comportar o mercado de lácteos durante as férias de meio de ano, período que pode cair o consumo. Uma queda contribuiria para conter os fortes aumentos verificados nas gôndolas dos supermercados nos últimos meses e influenciar nos preços do leite ao produtor.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>
Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja