O governo venezuelano tem tomado medidas para diminuir a dependência do mercado externo no setor leiteiro nacional.
Mais do que isto, o governo venezuelano quer transformar o país em uma potência produtora de leite no continente, conforme palavras do próprio presidente da República.
FUNDO PARA A PRODUÇÃO LEITEIRA
Recentemente foi anunciada a criação do “Fondo Nacional para La Producción Lechera” (em português, Fundo Nacional para a Produção Leiteira). Este fundo permitirá a ampliação do setor produtivo através de créditos de 6% ao ano.
O valor que será disponibilizado à cadeia (total de US$500 milhões), por meio desta linha de crédito, será para aquisição de novas matrizes, construção ou melhoria de sistemas de irrigação, aquisição de insumos relacionados à infraestrutura como cercas elétricas, equipamentos de ordenha, tanques de resfriamento, entre outros.
Dentro do programa para o crescimento do setor, uma das metas de curto prazo é aumentar a produção através de inseminação artificial, com a incorporação de material genético de raças, melhorando a produtividade do rebanho.
A intenção é aumentar a produção em 800 mil litros no próximo ano sobre a produção atual de 1,7 bilhão de litros.
REAJUSTE NOS PREÇOS
O governo venezuelano, ainda dentro da política de estímulo à produção, aumentou os preços do leite e de seus derivados.
Como os preços são tabulados pelo governo, o ajuste nos valores permitirá uma recuperação da estrutura de custos dos produtores, favorecendo a retomada de investimentos e geração de empregos diretos e indiretos, segundo o governo.
MAS A SECA E OUTROS FATORES ESTÃO ATRAPALHANDO
Mas mesmo com todas estas medidas para estimular o aumento da produção, os produtores venezuelanos estão passando por uma severa crise que tem atrapalhado a produção leiteira.
Segundo o jornal Gaceta Ganadera, a produção diária de leite na Venezuela tem sido a metade do consumo nos últimos meses, por conta da seca. Houve um decréscimo de cerca de 30% na produção de leite. Foi, inclusive, declarado estado de emergência em algumas localidades do país, na intenção de estabelecer medidas para o suprimento da água em algumas regiões, como construção de poços e outros sistema de irrigação.
Além dos problemas climáticos, o setor ainda enfrenta outras dificuldades. Segundo as indústrias venezuelanas, existe uma falha no fornecimento de leite em pó e pasteurizado no país. O leite cru está sendo desviado para o mercado informal para a produção de queijos, pois este mercado está pagando mais.
Além de tudo, ainda existem relatos de que alguns laticínios estão com problemas trabalhistas e isto tem diminuído a produção e disponibilidade de leite pasteurizado.
Outro ponto destacado é que, mesmo depois do recente aumento dos preços dos lácteos, algumas empresas se recusam a produzir e o governo se diz disposto a assumir as plantas caso esta situação continue.
Por mais que haja de um lado estímulo para o desenvolvimento do setor e ampliação na produção, medidas (algumas impositivas, outras não) acabam atravancando o crescimento do setor, mantendo a dependência da Venezuela frente ao mercado internacional.
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