A crise afeta o mercado reprodutivo?

Assim como todo o segmento pecuário, o mercado de reprodução também é influenciado pela economia. Se as coisas vão bem para o pecuarista, ele irá dispor de capital para investir em tecnologia e assim melhorar a produtividade do seu rebanho. Um exemplo claro disso é que em períodos de queda de receita as vendas de doses de sêmen caem vertiginosamente, como ocorreu entre 2004 e 2006. Em 2007, a melhoria do quadro econômico alavancou as vendas. Observe a figura 1. Os mercados do boi gordo e do bezerro têm influência sobre o mercado reprodutivo. Os preços pecuários estão em patamares considerados elevados, se comparados aos anos anteriores, mas o alto custo de produção acabou não permitindo que houvesse forte recuperação das margens do produtor. Além disso, a crise internacional afetou diretamente o acesso ao crédito por parte dos frigoríficos e importadores de carne brasileira. Os frigoríficos reduziram os abates para segurar o mercado do boi. A queda ocorrida nas últimas semanas para a arroba do boi gordo, se persistir, terá influência direta (e negativa) nos investimentos realizados pelo produtor, nos preços de animais para a reposição e nos serviços ligados à reprodução. CENÁRIO A crise tem realmente mexido com o mercado reprodutivo. Alta do dólar reflete diretamente nos preços dos hormônios e materiais para a inseminação importados, aumentando os custos tanto para o produtor, quanto para quem comercializa os serviços (transferência de embriões - TE, por exemplo) e isso poderá influenciar negativamente as vendas em 2009. Além disso, também encarece as doses de sêmen importadas. Se a alta do dólar gera aumento dos custos de produção, será preciso que os preços pecuários firmem novamente. Do contrário, a tecnificação poderá atravessar um período de retração.
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