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Scot Consultoria

Qual será o fim disso????


Terça-feira, 6 de setembro de 2022 - 12h00

A conjuntura atual do mercado pecuário brasileiro é bastante desfavorável ao produtor, com dificuldades que vão desde a queda de preços e consequente prejuízo na atividade até a dificuldade em se escalar os bois prontos, já que as escalas de abate na imensa maioria das indústrias está acima de 15 dias, com casos não raros de indústrias com a programação do mês de setembro inteira completa.


Tal situação pode ser descrita da seguinte maneira: as indústrias que fazem China e estão com apetite de compra estão abastecidas por bois de contrato, confinamentos próprios ou parcerias com grandes confinamentos. Já as que não fazem China enfrentam a realidade de baixa demanda no atacado no mercado interno e tentam impor recuos no boi gordo para conseguir manter a lucratividade. Com a margem das indústrias que fazem China em patamares recordes, é natural que o interesse delas seja ter a escala o mais longa possível para garantir o suprimento da matéria-prima. Isso gera uma situação perversa, onde quem precisar escalar seus animais num tempo mais curto, acaba tendo que direcioná-los às indústrias de mercado interno que são as que estão pagando menos, exacerbando a pressão baixista.


A descrição acima foi a realidade durante o mês de agosto e é a que vigora nesse início de setembro, porém, no último pregão de agosto e nesse primeiro de setembro, o mercado futuro acabou reagindo, com toda a curva futura subindo mais de R$8,00/@, com outubro chegando a bater R$313,00/@, nov/22, R$ 316,00/@ e dez/22, R$ 317,00/@. Aparentemente não houve nenhuma mudança no mercado físico que justifique tamanha oscilação, porém, no mercado futuro são comuns movimentos especulativos que abrem ótimas oportunidades para proteção de preços para quem ainda está descoberto.


Nos preços de boi gordo atual, não é exagero dizer que nenhuma operação de engorda em confinamento é rentável e esse será o segundo ano consecutivo com margens negativas na atividade. Tamanho desincentivo com certeza trará impactos na oferta de animais confinados no final do ano e é natural que haja alguma recuperação de preços. A magnitude desse movimento dependerá da demanda do mercado interno e externo, que estarão em direções opostas, mercado interno com a sazonalidade a favor e mercado externo com a sazonalidade contra. A expectativa para o fim do ano é positiva e o mercado futuro em algum momento irá refletir esse sentimento abrindo oportunidades para travas de preço, cabe ao produtor aproveitá-las.


Tabela 1. Mercado futuro do boi gordo na B3 - R$/@, à vista.

Fonte: Cepea/Esalq - B3



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