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Scot Consultoria

Teremos alívio no milho?


Terça-feira, 22 de fevereiro de 2022 - 16h00

O milho tem sido a dor de cabeça de todos que dependem dele como insumo para a produção de proteína animal. A seca no Sul do país e a consequente quebra de parte relevante da safra de verão colocaram ainda mais pressão na commodity e os preços caminharam rápido no rumo dos R$ 100,00/saca na praça paulista. Além da alta no Brasil, o milho em Chicago também vem subindo forte, refletindo a situação dos estoques apertados do cereal no mundo. Desde o início do ano a alta do milho na bolsa americana foi de mais de 10%.


A quebra da safra verão e a alta do milho em Chicago tem levado o produtor brasileiro a segurar o estoque de milho disponível, apostando em maiores altas à frente. A queda de braço entre consumidores e produtores tem sido grande, já que muitas operações de aves e suínos estão perdendo dinheiro e não têm condições de absorver mais nenhum aumento no custo de produção, diminuindo muito os volumes negociados e deixando o mercado muitas vezes com indicações de preço apenas nominais e sem referência em negociações concretas da mercadoria.


O que pode vir a ser o fiel da balança nessa queda de braço é o recente recuo das cotações do dólar, que conforme abordado nesse artigo na semana passada, segue até o momento sem parada em seu movimento de baixa, estando cotado atualmente nos R$ 5,15/US$. Outro ponto que pode levar o produtor a ficar mais ativo nas vendas nas próximas semanas é a colheita da safra de verão, que por mais que tenha havido quebras relevantes, ainda trará ao redor de 25 milhões de toneladas de milho ao mercado, ajudando a dar um fôlego aos consumidores até o início da colheita da safrinha.


Os baixos estoques de passagem brasileiro e mundial impedem um movimento de queda mais acentuada no milho, porém a alta também fica limitada pelo baixo apetite dos compradores. A precificação depende não apenas da oferta, mas também da demanda e esta deve continuar retraída já que ninguém vai querer ampliar as compras ou fazer estoques no nível atual de preços. O mais provável é que o mercado físico siga andando de lado no curto prazo e à medida que a produtividade da safrinha for ganhando corpo, o apetite vendedor também pode ir melhorando, trazendo alívio às cotações.


Caso isso aconteça, o mercado futuro também reagirá de forma negativa e, como sempre, pode exagerar no movimento de baixa, abrindo oportunidade para fixação de preços ou compra de seguro de preços máximos. É bom ficar atento, pois com a alta volatilidade do mercado de milho, as oportunidades surgem e vão embora de forma muito rápida.


Tabela 1. Mercado futuro do boi gordo na B3 - R$/@, à vista.

Fonte: Cepea/Esalq - B3



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