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Scot Consultoria

Stop no físico e no futuro


Sexta-feira, 1 de outubro de 2021 - 12h00

Infelizmente, para todos ligados de alguma forma à cadeia produtiva da pecuária, o maior pesadelo, que era China permanecendo sem comprar carne do Brasil por um período mais prolongado de tempo, está se concretizando. Já se passou quase um mês desde que o auto embargo brasileiro foi implementado e até o momento não há nenhuma sinalização dos chineses sobre a data que poderá ser revertido.


O fato de não ter havido nenhuma comunicação até a data de hoje é especialmente importante porque no período de 1 a 7 de outubro ocorre um longo feriado na China, a chamada “Golden Week”, que é o segundo maior feriado de lá, atrás apenas do Ano Novo chinês, de modo que agora a melhor das expectativas recai para o período após esse feriado, ou seja, a partir de 08/10.


Essa situação provocou um grande movimento de venda tanto no mercado físico como no mercado futuro e diante da falta de expectativa com relação à volta rápida da China, muitos produtores acabaram não tendo alternativa a não ser entregar os bois nos preços vigentes. Esse movimento trouxe os preços da @ em São Paulo para a casa dos R$290,00 e trouxe consigo também o mercado futuro, com toda a curva de preços derretendo no pregão de 30/09, com out/21 negociado ao meio-dia ao redor de R$285,00/@, nov/21 a R$289,00/@ e dez/21 a R$297,00/@.


A enorme dependência da China em nossas exportações está agora cobrando um preço altíssimo de produtores e frigoríficos, já que ter apenas um comprador que consome mais do que 50% do que exportamos pode ser muito cômodo e rentável, porém é também um grande risco quando ocorre uma situação como a atual, já que estamos literalmente nas mãos dos chineses para definir no curto prazo o rumo dos preços do boi gordo.


Numa situação como esta, fazer qualquer prognóstico sobre o rumo dos preços acaba sendo um exercício difícil e ingrato, já que o que está em jogo agora não é mais a boa e velha oferta x demanda, mas sim o ritmo e a possível concentração de saída dos animais confinados ao longo de outubro, o que pode gerar grandes distorções dependendo do ritmo que esses animais venham ao mercado.


Vale repetir o final do texto da semana passada, que seguimos torcendo pelo melhor, porém é necessário ter um plano B já definido para o caso dessa ausência da China se prolongar por mais tempo.


TABELA 1. Mercado futuro do boi gordo na B3 - R$/@, à vista.



Fonte: Cepea/Esalq - B3



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