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Scot Consultoria

Dólar em alta, boi em baixa


Segunda-feira, 23 de agosto de 2021 - 12h00

Depois de algumas semanas com escalas muito longas, porém, sem grandes pressões baixistas, parece que a indústria criou coragem para tentar recuar preços no mercado físico. A máxima de R$320,00/@ no boi China em São Paulo tem ficado mais difícil de ser vista e aos poucos as negociações caminham para o patamar dos R$315,00/@, inclusive com algumas indústrias já testando o patamar dos R$310,00/@ nas praças paulistas.


São Paulo não está sozinho nessa situação e no estado de Goiás a pressão tem sido até maior. Com a seca histórica que tivemos nesse ano, muitos produtores não tiveram outra opção, a não ser enviar os animais para a engorda no cocho e esse fluxo de oferta que agora vem ao mercado tem deixado a indústria tranquila e os confinadores preocupados. O alto custo da engorda no confinamento inviabiliza a estratégia de segurar os animais prontos à espera de preços melhores e muitas indústrias com contratos a termo já estão com escalas parcialmente feitas para os próximos 30 dias. Esses fatores somados a um possível movimento de queda nos preços podem ser o gatilho que a indústria precisava para tentar sair da posição passiva com que vinha enfrentando a alta do boi gordo até então.


O mercado futuro não ficou alheio a essa situação e depois de romper o patamar dos R$323,00/@, o contrato de outubro tem operado em queda durante toda a semana, chegando aos atuais R$316,00/@. Além disso, a queda também tirou todo o ágio que havia na curva de preços, com set/21 no mesmo preço de ago/21 e out/21 praticamente alinhado com o mercado físico atual.


Nem mesmo a alta do dólar que diante do ruído político e da piora do quadro fiscal brasileiro voltou a subir forte, chegando inclusive acima dos R$5,40, conseguiu reverter a queda dos preços no mercado futuro. Caso a indústria realmente consiga recuar os preços do boi no mercado físico, teremos uma conjunção de fatores muito favorável aos exportadores, com recordes de volume embarcado e de preço em dólares por tonelada em agosto, além do dólar subindo forte, melhorando ainda mais o faturamento em reais.


Quando falta boi gordo na escala, já vimos muitas vezes o boi subir, mesmo com margens ruins para a indústria. Vamos ver se agora as ótimas margens servirão para impedir ou atenuar a pressão sobre o boi gordo no mercado físico. A queda de braço vai ser grande, porém no curto prazo a saída concentrada de bois confinados em São Paulo e Goiás está fazendo a balança pender para o lado da indústria.


TABELA 2. Mercado futuro do boi gordo na B3 - R$/@, à vista.



Fonte: Cepea/Esalq - B3



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