• Quinta-feira, 25 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Milho em alta


Quinta-feira, 22 de abril de 2021 - 14h40

O assunto que voltou a dominar todas as conversas dos produtores nos últimos dias foi um só: a dificuldade em fechar as contas da dieta do confinamento. É impressionante a conjunção de fatores que seguem dando sustentação, tanto aos preços do mercado físico como para toda a curva futura do milho e soja, e nem mesmo a queda recente do dólar, que veio testar o patamar de R$5,50, foi suficiente para amenizar essa situação.


O culpado da vez é o milho americano, que só nessa semana subiu mais de 10% com as notícias de clima mais frio que o esperado nesse início de plantio da safra americana impactando o mercado que já estava muito sensível pelo aumento da demanda chinesa e as preocupações com a safrinha brasileira. A situação desconfortável dos confinadores é muito bem expressa pela figura 1, que mostra a relação de troca da arroba com o milho nos últimos anos se aproximando das mínimas históricas de três sacas por arroba.


Como o milho é o insumo que baliza todos os componentes energéticos da dieta, a alta se espalha para todos os seus possíveis substitutos, deixando praticamente impossível o produtor conseguir contornar esse movimento. Isso sem falar nos inúmeros contratos comprados a preços menores que não foram entregues colocando até mesmo os compradores que se prepararam para o atual cenário numa situação delicada.


Toda essa conjuntura representa um enorme ponto de interrogação com relação à oferta de animais confinados na entressafra, já que, além da alimentação em alta, o boi magro segue subindo mais que o boi gordo e nem mesmo o ágio embutido na curva futura tem sido suficiente para estimular a atividade.


No curto prazo o mercado do boi gordo pelo visto achou um preço que atraiu um pouco mais de interesse dos vendedores, que, com a seca já afetando a capacidade de suporte das pastagens, aumentaram a oferta e possibilitaram alongamento nas escalas de abate, sobretudo em São Paulo e Goiás. Essa situação ainda não se refletiu em quedas mais fortes nos preços futuros de boi gordo, porém, caso essa queda ocorra, ela poderá ser uma boa oportunidade de compra para quem quiser apostar numa entressafra com menor oferta do que os níveis atuais.




<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>

Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja