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Scot Consultoria

Fim de ano protegido


Quinta-feira, 24 de setembro de 2020 - 14h40

Os preços do boi gordo têm seguido seu ritmo de alta devagar e sempre desde que iniciou sua escalada no final de maio. Até agora já foram aproximadamente R$50,00/@ de alta, ou cerca de 25%, no período. Os motivos para a alta são os velhos conhecidos de todos e seguem intactos e tão relevantes como estavam desde o início do movimento. São eles: exportações batendo recordes com destaque para os embarques para a China, dólar em alta, custo de alimentação no confinamento caríssimo, na esteira da alta de milho, soja e caroço de algodão, melhora na renda da população pela transferência de recursos do governo “corona voucher”, reposição explodindo de preço e fase de alta do ciclo pecuário.


De todos esses fatores, o único que pode deixar de jogar a favor seria o consumo doméstico, que pode se ressentir da diminuição do corona voucher de R$600,00 para R$300,00 mensais, comprometendo o poder de compra de uma parcela da população. Os demais fatores permanecem tão ou até mais altistas, já que em muitos casos, a alta do preço do boi gordo foi menor que a alta dos custos de produção, como milho e preço do boi magro, fazendo com que muitos confinadores não conseguissem repovoar seus confinamentos após o abate dos animais, comprometendo a oferta para o final do ano.


Com esses fundamentos de pano de fundo, fica difícil de saber até onde esse movimento de alta pode ir, mas uma coisa é certa, nada sobe para sempre e uma característica marcante de quando um mercado faz “topo” é um grande aumento da volatilidade até o novo preço de equilíbrio se estabelecer.


Sem conseguir “cravar” onde vai ser a máxima do mercado, os seguros de preço mínimo surgem como alternativas interessantes para quem quer aproveitar possíveis novas altas com um preço mínimo bastante remunerador já definido. Seguem algumas referências de custos para o final do ano, tendo como base os contratos de out/20, nov/20 e dez/20, respectivamente, a R$251,00; R$253,00 e R$252,50.


A situação das pastagens é crítica praticamente no Brasil inteiro, com as queimadas piorando ainda mais a situação e mesmo assim a reposição segue quebrando recordes. Qual será a situação quando as chuvas voltarem e os pastos recuperarem sua capacidade de suporte? Além disso, a receita financeira dos produtores foi muito grande neste ano, podendo gerar uma pressão adicional no mercado para a compra de reposição por efeitos tributários. Com esse cenário para o fim do ano, a alternativa de preço mínimo acaba sendo mais interessante do que o preço fixo para gerenciamento de risco de preços da atividade.





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