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Scot Consultoria

Colapso da ração


Quinta-feira, 13 de agosto de 2020 - 14h40

Quem não tem relação com a pecuária e olha o gráfico com a alta dos preços do boi gordo pode ter a impressão de que este está sendo um ano espetacular para os confinadores. Nada mais longe da verdade... para quem carregava estoque de gado e de comida do ano passado ou do início deste ano a conta pode ser realmente positiva, porém, essa realidade é de uma parcela muito pequena dos produtores.


A realidade do mercado é que mesmo com a alta recente, as contas do confinamento estão extremamente apertadas e sua viabilidade econômica ainda é questionável em um grande número de operações. A conjuntura de comida cara, boi magro caro e mercado futuro sem ágio teima em não incentivar a construção de oferta para os próximos meses.


Um dos principais vilões dessa conta é a comida, onde todos os seus componentes como milho, polpa cítrica, caroço de algodão e farelo de soja tiveram altas maiores do que a do boi gordo. Já vínhamos alertando nesse espaço em artigos anteriores a escalada dos preços do milho mesmo durante a colheita da safrinha. Pois agora temos a colheita já caminhando para o seu final e a alta dos preços do cereal não mostra nenhum sinal de alivio. Acompanhe no gráfico abaixo:


Preço do contrato do milho setembro na B3 desde o início de 2020


De inicio de junho até agora, o milho subiu nada menos do que 35%, enquanto o boi subiu 11% no mesmo período e esse ainda não foi o principal problema. Além da alta gigantesca, o confinador está tendo que enfrentar um movimento sem precedentes de rompimento de contratos de fornecimento, com produtores de milho simplesmente não entregando o produto dos contratos fechados anteriormente. Essa situação está complicando a vida de quem se programou anteriormente a agora vê todo seu planejamento nutricional furado e tem que entrar no mercado no pior momento para comprar o insumo.


Enquanto isso o mercado futuro de boi gordo segue alheio a essa realidade, operando em queda e precificando o outubro a R$ 222/@ ou R$ 5,00/@ abaixo do mercado físico, precificando uma queda de preços cujo mercado físico se recusa a confirmar. Essa é a realidade desde março e dificilmente será mudada nos próximos meses. Vai entender...



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