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Scot Consultoria

Dólar x commodities


Quinta-feira, 7 de maio de 2020 - 14h40

Diante do caos econômico gerado pela pandemia do coronavírus e agravado pelo tumulto político vivido pelo Brasil, o dólar segue seu movimento ininterrupto de alta, quebrando recordes de máxima todos os dias. Após a redução da taxa de juros em 0,75%, para 3% a.a. na reunião do Copom de 6/5, o dólar ganhou ainda mais força, já que o diferencial de juros do Brasil contra as demais economias desenvolvidas se estreitou ainda mais, ampliando a já grande saída de capitais do país. A cotação atual do dólar é ao redor de R$5,80 e ninguém se arrisca a “chutar” um teto para a moeda, que segue dependendo única e exclusivamente das intervenções do BC para atenuar o movimento.


O dólar já subiu até o momento 45% e seu impacto no preço das commodities negociadas pelo Brasil é enorme. Acompanhe nas figuras os preços do boi gordo e milho em dólares desde 2014 até agora.


O efeito da disparada do dólar nas commodities negociadas pelo Brasil é que o preço delas em dólar desabou, ficando em linha com os menores valores dos últimos anos e deixando nosso produto muito mais acessível aos compradores internacionais. Quando isso ocorre os preços em reais pagos aos produtores tendem a ganhar sustentação, literalmente “salvando a lavoura” dos produtores nesses tempos de crise econômica aguda.


Nas duas commodities o principal mercado consumidor para o produto é o mercado interno, que representa ao redor de 75%, no caso do boi gordo e ao redor de 70% no caso do milho, porém, a chamada paridade de exportação acaba sendo na prática um balizador de preços muito importante que limita quedas grandes em reais. O balanço oferta x demanda mundial do milho é amplamente mais confortável do que o do boi e os preços da safrinha subiram consistentemente com a alta recente do dólar. Já no boi gordo, que tem um balanço de oferta x demanda muito mais apertado, o impacto da alta do dólar nos preços do segundo semestre foi zero. Quais seriam os motivos para isso?




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