Sem parada na queda

O mercado de boi gordo continua na mesma toada desde que a delação do JBS foi divulgada, em meados de maio, ou seja, pecuaristas inseguros, ofertas crescentes e indústrias conseguindo impor recuos nas cotações.

Esse samba de uma nota só é o que tem regido também as cotações do mercado futuro, onde seria de se esperar que após movimentos prolongados de baixa, ocorressem algumas altas de natureza “corretiva” ao movimento principal. Infelizmente isso não tem acontecido e após o contrato de outubro ter rompido a barreira dos R$132,00/@, novas quedas se seguiram e hoje ele é negociado em sua mínima a R$127,30/@, sem nenhuma força que consiga reverter essa tendência. Acompanhe na figura 1.

Todos os vencimentos da curva futura operam em suas respectivas mínimas e até o momento não existem motivos para achar que o movimento possa ter chegado ao fim. A estratégia de comprar o mercado futuro “apenas por que ele caiu demais” tem se mostrado errada e gerado prejuízos para quem a implementou. Há um ditado no mercado que diz que, nunca se deve pegar uma faca quando ela está caindo, e atualmente, esse parece ser o caso. Para quem quiser apostar numa possível alta é muito mais seguro comprar opções de compra do que comprar mercado futuro e ser obrigado a pagar ajustes quando o mercado cai. Enquanto a poeira não abaixar e não conseguirmos ter um mínimo de previsibilidade de qual será o novo patamar de equilíbrio do boi gordo, apostar em altas comprando mercado futuro é uma estratégia que deve ser evitada. Para quem comprou opções de venda e que neste momento estão lucrativas, a situação é um pouco mais confortável, porém, o ideal é não cair na tentação de querer realizar lucro e esperar até o vencimento já que o nível de incerteza ainda continua muito grande e sem expectativa de melhorar no curto prazo.