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Scot Consultoria

Qual o futuro do mercado futuro?


Quinta-feira, 1 de dezembro de 2016 - 14h40

Na semana passada falávamos de uma possível luz no fim do túnel para o boi gordo nesse final de ano, onde uma possível melhora no consumo e menor pressão de venda de bois confinados poderia ajudar o mercado a ganhar alguma sustentação frente aos preços atuais. Até o momento, essa expectativa não se concretizou e os preços permanecem ainda rondando os R$150,00/@ na praça paulista. A resistência para entregar os bois abaixo desse nível é muito grande, porém, a disponibilidade para se pagar mais também é bastante restrita. Durante a semana houve especulações com a possível entrada em férias coletivas de duas plantas de uma grande indústria de São Paulo, aumentando as tentativas de compra abaixo da referência, porém, até o momento, essas tentativas não obtiveram sucesso.


Sem muito a acrescentar sobre a evolução do mercado futuro, que permanece nos mesmos patamares das semanas anteriores, vale a pena chamar atenção para um assunto que foi debatido na semana passada durante o Encontro de Analistas promovido pela Scot Consultoria, que foi a pouquíssima liquidez e o baixo número de contratos em aberto para no mercado futuro 2017, em uma situação crítica como há muito tempo não se enfrentava. Acompanhe na tabela 1 o comparativo das posições em aberto desde 2008.


A tabela evidencia o número de contratos em aberto existentes no início de dezembro de cada ano, sendo que 2016 é o mais baixo desta série histórica que se inicia com o melhor ano de volume do mercado até agora, que foi 2008. A tabela mostra o baixo número de contratos em aberto atualmente, porém, não mostra uma situação ainda mais dramática que é o baixíssimo número de contratos negociados diariamente e nesse quesito não tenho dúvidas que o mês de novembro, se não foi o pior, com certeza foi um dos piores da história do mercado.


Essa queda sazonal dos negócios após o vencimento do contrato de outubro é, até certo ponto, normal e esperada, porém esse ano, a queda foi muito maior do que a que normalmente ocorre e isso tem levantado a preocupação de muitos com a viabilidade do mercado futuro para suas necessidades de hedge para 2017. Atualmente estamos enfrentando uma verdadeira tempestade perfeita, composta por preços futuros em queda e, na sua grande parte, abaixo dos custos de produção, o que diminuiu a demanda de hedge, além de um período longo com pouquíssimas oscilações de preço, o que não atrai especuladores. A consequência desses dois fatores importantes somados é a situação que enfrentamos no mercado atualmente.


Um mercado futuro saudável, com volume e liquidez abundantes, é condição necessária para que a pecuária prossiga no seu caminho de desenvolvimento e crescimento trilhados, nos últimos anos. Não é exagero dizer que muitas operações, sobretudo, de confinamento, simplesmente não funcionam sem essa ferramenta de trava de preços e garantia de resultados. Cabe a todos os envolvidos, direta ou indiretamente, com esse mercado, trabalhar com afinco para que essa importante ferramenta permaneça viável e acessível aos produtores. Caso contrário, o retrocesso para toda a pecuária seria enorme.




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