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Scot Consultoria

Futuro devolvendo o ágio


Quinta-feira, 6 de outubro de 2016 - 14h40

O mercado físico vem trabalhando em ambiente firme, porém as dificuldades econômicas enfrentadas pela população fazem dessa entressafra uma entressafra atípica, com os preços subindo com o freio de mão puxado. Até o momento, a máxima do ano aconteceu no início de abril, a R$159,49/@, e estamos caminhando já para o final da entressafra sem os preços do mercado físico apresentarem uma dinâmica de alta vigorosa, como era de se esperar para o momento do ano.


A condição de São Paulo, com maiores possibilidades de substituição dos insumos da dieta por subprodutos, como polpa cítrica, além do enorme diferencial de base registrado na primeira metade do ano fizeram com que o estado tivesse condições mais favoráveis (ou menos desfavoráveis) ao confinamento, possibilitando até o momento algum fluxo de oferta que, mesmo que pequeno, se comparado a outros anos, tem possibilitado às industrias calibrarem os abates de modo a conseguir segurar altas mais fortes no preço do boi gordo. Essa realidade é muito diferente em outros estados e em muitos lugares a falta de oferta trouxe os preços para as máximas do ano, enquanto em São Paulo, mesmo após uma recuperação das mínimas do final de agosto, os preços têm tido maiores dificuldades para retomar o resto do terreno perdido ao longo do ano.


Na semana passada a reação do mercado físico deu fôlego para o mercado futuro operar com boa alta, levando o contrato de out/16 para sua máxima recente no valor de R$156,00/@. Para nov/16 e dez/16 a alta foi ainda mais forte, com esses contratos atingindo máximas de R$158,00/@ e R$158,50/@, respectivamente. A reação do mercado futuro, no entanto, se mostrou um pouco otimista demais, já que os níveis de preço entre R$153,00/@ e R$154,00/@ praticados no físico nessa semana, encontraram oferta suficiente para segurar o ímpeto da alta, desarmando as expectativas e fazendo com que o mercado futuro devolvesse grande parte do ágio ganho. Atualmente o contrato de out/16 é negociado ao redor de R$153,30/@, precificando uma alta de apenas R$0,80/@ até final do mês. Para nov/16 e dez/16 a expectativa é de que o mercado continue nesse movimento tímido de alta, subindo mais R$2,00/@ até novembro e mais R$3,00/@ até dezembro.


Mesmo com a fraca demanda que enfrentamos atualmente, o principal driver do mercado ainda é a falta de oferta. Esse cenário tende a se agravar à medida que o confinamento vai finalizando suas ofertas e os pastos ainda não têm condições suficientes de engorda. Caso a indústria, por algum motivo, precise vir com mais apetite nas compras, os reflexos altistas nos preços serão inevitáveis, até o momento, no entanto a resistência por pagamentos maiores, sobretudo em São Paulo, tem sido enorme e a indústria tem tido êxito em evitar uma nova rodada de alta mais forte na praça paulista.



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