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Scot Consultoria

Tempestade perfeita no boi


Quinta-feira, 30 de junho de 2016 - 14h40

Nessa semana o mercado enfrentou a chamada “Tempestade Perfeita”, onde literalmente todos os fatores jogaram contra a precificação do boi gordo tanto no mercado físico como no futuro. A situação da indústria, que já era complicada, acabou piorando ainda mais com a forte queda do dólar na semana, que tirou competitividade do único setor que ainda vinha razoavelmente bem no ano, que eram as exportações. A resultante disso foi uma forte onda de pressão baixista que derrubou os preços futuros em mais de três reais em todos os vencimentos da curva.


Obviamente, a queda do dólar acabou pressionando também as cotações futuras do milho, o que apesar de ser uma boa notícia para o pecuarista, acabou dando mais gás para a queda dos futuros do boi. No meio de toda essa turbulência a posição das indústrias nas negociações no mercado físico endureceu ainda mais e mesmo no ambiente de pouca oferta que vivemos atualmente, foi possível forçar alguns recuos pontuais nas cotações. Aí é que a tempestade perfeita se instala no mercado, onde a queda dos preços futuros impacta negativamente os preços do físico e a queda dos preços do físico causa mais queda nos futuros. Enquanto essa dinâmica não for quebrada, o cenário de pressão vai prevalecer no mercado. Acompanhe nas figuras 1 e 2 a dinâmica das quedas do dólar e dos contratos futuros de boi jul/16 (linha amarela) e out/16 (linha verde) e índice Esalq à vista (linha branca).


Com a queda dos preços futuros o cenário dos confinadores, que já não era confortável, passou a ficar ainda mais difícil e quem não tinha nenhuma proteção de preços se vê na difícil situação de ter que decidir entre fixar os preços após essa forte queda ou, “peitar” o mercado assumindo o risco de maiores quedas no futuro. O mercado em geral já estava até desacostumado com a volatilidade e com a ideia de que os preços também caem, já que viemos de dois anos de preços firmes e em alta. A queda atual em percentual nem foi tão grande assim (-3,28% da máxima do contrato de outubro) portanto, para quem ainda tem margem positiva nos preços atuais, o ideal é fixar pelo menos uma parte para conseguir sair dessa turbulência sem maiores danos. Para quem já fixou seus preços agora é hora de analisar a possibilidade de comprar opções de compra (Calls) baratas para poder participar de uma alta caso ela ocorra. Para quem não tem margem nos preços atuais, não há muito o que fazer a não ser assimilar o erro e não perder a lição, já que especular com os bois no cocho pode ser uma experiência muito negativa.


 



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