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Scot Consultoria

Indústria pressionada!


Quinta-feira, 19 de maio de 2016 - 14h40

O fluxo de oferta no mercado físico tem diminuído e o cenário de final da safra já vai ficando para trás. O encurtamento das escalas tem sido nítido, porém, a briga das indústrias para não subir os preços tem sido maior do que o normal. Muito dessa resistência para pagar preços maiores se deve ao péssimo desempenho da venda de carne no mercado interno, que trouxe a margem das indústrias novamente para os piores níveis dos últimos anos, como pode ser observado na figura 1.


A dificuldade com a venda da carne no mercado interno vai tomando proporções ainda mais relevantes, na medida em que a oferta de boi gordo a partir de agora tende a diminuir, com a safra chegando ao fim e o primeiro giro de confinamento não tendo em nenhum momento um cenário minimamente favorável para se concretizar. Os custos com a alimentação estiveram na maior parte do tempo proibitivos e a alta dos preços do mercado futuro só aconteceu recentemente, de modo que a oferta no curto prazo já está comprometida.


Se o cenário de margens da indústria está ruim e tende a se manter assim, o cenário para o confinamento também permanece complicado. Os preços do milho ainda não acharam um teto e não param de subir no mercado físico. 




Em muitos casos a questão acaba nem sendo exatamente o preço, mas a disponibilidade do cereal e esse cenário tende a perdurar por pelo menos mais 30 dias até que as primeiras lavouras da safrinha comecem a ser colhidas. Esse cenário é bem representado pelo gráfico da relação de troca boi x milho (figura 2) que renovou sua mínima recente nesta semana, atingindo o patamar de 3,75 sacas por arroba, evidenciando a pressão sobre a margem dos confinadores no momento.


A disputa entre a indústria e os confinadores, por quem tem as margens mais apertadas, tem sido grande, porém, nesse caso quem está com o pior cenário é a indústria, pelo fato de que o custo de sua ociosidade é bem superior ao dos confinadores.  Enquanto muitos produtores têm optado por simplesmente não rodar seus confinamentos, a indústria não pode se dar ao luxo de não operar, tendo que enfrentar o momento de adversidade reduzindo sua capacidade e torcendo para que esse ajuste tenha reflexos nos preços da carne. 


Além disso, o mercado futuro tem precificado uma entressafra com altas já relevantes e esse cenário traz um certo alívio para a conta dos confinadores, que aliado com a melhor oferta de boi magro, já começa a  viabilizar sua operação em alguns casos. Com o custo de produção das proteínas concorrentes, como frango e suíno, sendo ainda mais afetados do que o do bovino, resta torcer para que a carne bovina consiga subir de forma a rentabilizar minimamente a cadeia pecuária, já que nesse momento a situação é difícil para todos os elos dessa corrente.




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