Outubro em alta novamente

O mercado físico, aparentemente, encontrou um piso para as cotações no curto prazo e mesmo com as escalas de abate estando ainda confortáveis, as tentativas de recuos no mercado físico não vão tendo sucesso. Embora haja diferenças entre as regiões pecuárias, com os estados de Mato Grosso e Rondônia se destacando no aumento da oferta e, obviamente, enfrentando maior pressão baixista a situação atual é mais de estabilidade do que mercado pressionado.

O mercado futuro que chegou a precificar o contrato de outubro até abaixo do Esalq à vista reagiu bem à essa relativa firmeza do mercado físico e voltou a colocar prêmio em toda a curva de preços como pode ser observado na figura 1. Apesar do ágio atual ao redor de R$4,00/@ ainda estar bem abaixo da máxima de R$11,00/@ ocorrida em abril, a situação já é bem melhor do que nas últimas semanas quando não havia prêmio nenhum nos vencimentos futuros.

Após os recentes ajustes na capacidade das indústrias, a margem melhorou substancialmente estando atualmente entre as melhores dos últimos cinco anos, como pode ser observado na figura 2. Essa situação é totalmente oposta à que vigorava há algumas semanas atrás e decorre da somatória do aumento da oferta recente com a menor capacidade de abate da indústria. Essa melhora da margem foi um dos fatores que ajudou a impulsionar as cotações do mercado futuro na alta recente.

Os altistas argumentam que essa melhora da margem levará invariavelmente ao maior apetite por bois e consequentemente altas no mercado físico. Já os baixistas analisam que a indústria brigou muito para voltar a ter margens positivas e que mesmo com alguma restrição de oferta a resistência ao pagamento de preços mais altos vai ser grande e que pode haver nova rodada de fechamento de plantas caso a situação se agrave. De um jeito ou de outro, o ágio que voltou a figurar no mercado futuro pode representar uma boa oportunidade para garantia de preços mínimos iguais aos vigentes hoje no mercado físico a custos bastante competitivos.