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Scot Consultoria

Boi x commodities mundiais


Sexta-feira, 24 de julho de 2015 - 15h46

Os mercados físico e futuro de boi gordo continuam pressionados e rompendo as mínimas do ano em praticamente todas as praças pecuárias do Brasil. Apesar de algum ruído no Indicador Esalq à vista dos últimos dois dias, que subiu cerca de R$0,80/@, contrariando as informações vindas de frigoríficos e pecuaristas negociando no mercado físico, o cenário de pressão ainda persiste. Além da demanda que continua extremamente fraca, a oferta aumentou em regiões como Mato Grosso, Goiás e Rondônia, aumentando a força baixista do mercado.


As quedas recentes incomodam e preocupam muitos produtores que compraram reposição a preços altos e agora não veem alternativas lucrativas de comercialização. Em muitos casos a conjuntura atual de preços do boi magro mais custos de alimentação versus os preços na curva futura, a conta simplesmente não fecha e o reflexo disso tende a ser uma diminuição marginal na oferta do confinamento no segundo semestre, com consequência altista para os preços. O problema é que a conjuntura econômica no Brasil é tão ruim, que qualquer alta mais forte tende a esbarrar nas restrições impostas pelo consumo em queda.


Apesar de o mercado de boi gordo brasileiro não ser diretamente correlacionado com a maioria das commodities negociadas no mercado mundial, no mundo interligado e interdependente em que vivemos hoje faz sentido, de vez em quando, olhar a evolução do nosso mercado frente ao que acontece com outras commodities importantes. Um dos índices mais acompanhados no mundo é o chamado Índice Bloomberg de Commodities, que reflete os preços de uma cesta de 22 produtos negociados globalmente. Acompanhe a evolução desse índice (linha amarela) frente aos preços do boi gordo em São Paulo (linha branca) desde o ano de 2007 na figura 1.



Como o índice de commodities é divulgado em dólar, para a comparação fazer sentido colocamos na figura 1 o Índice Esalq à vista também em dólar, e apesar da figura não mostrar a chamada "boca de jacaré", a distância entre um e outro realmente chama a atenção, principalmente pelo índice de commodities atualmente ter rompido as mínimas de 2008, enquanto o boi ainda está bem cima desse patamar.


Produtos tão distintos como soja, milho, trigo, minério de ferro e petróleo estão refletidos nesse índice e independente da dinâmica especifica de cada um, a tendência de queda dos preços vem se mantendo intacta nos anos de 2014 e 2015. A consequência dessa queda contínua é uma mudança relativa nos preços e mesmo que não exista nenhuma possibilidade de "arbitragem" entre esses dois ativos, essa comparação é mais um fator a jogar contra altas mais explosivas do boi gordo no restante do ano.



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