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Scot Consultoria

Cenário de safra em julho


Sexta-feira, 17 de julho de 2015 - 15h33

O clima mais chuvoso em maio e junho em muitas regiões pecuárias acabou por atrasar a saída mais concentrada de final de safra, que sempre ocorre nesses meses. Esse ano, ela acabou acontecendo em julho e por mais que o aumento da oferta nem tenha sido tão grande como o de outros anos, a queda de preços foi muito significativa, exacerbada pela readequação da capacidade de abate com o fechamento de plantas frigoríficas por todo o Brasil.


Até o momento a queda do Indicador Esalq foi de 6,3% de sua máxima a R$150,36/@ no dia 24/4, para os atuais R$140,87/@, apesar de uma queda dessa magnitude não ser nem de longe atípica para um final de safra, o impacto disso na precificação do mercado futuro foi enorme. O contrato de outubro havia feito sua máxima no dia 6/4 a R$158,09/@ e no pregão de 16/7 chegou a ser negociado na mínima a R$141,60/@, uma queda de 10,5% que afeta de forma significativa as margens do confinador, sobretudo, daqueles que compraram bois magros esse ano, nos preços mais altos da história.


O carrego safra x entressafra que chegou a ser de mais de R$11,00/@ no final de março está praticamente zerado, com outubro apenas R$1,00/@ acima do Esalq atual, como pode ser observado na figura 1. O carrego atual em muitas situações inviabiliza a maior parte dos confinamentos que estão comprando boi magro atualmente no mercado.


Atualmente, a maior preocupação de quem opera no mercado futuro é com a possível liquidação da posição comprada de pessoa física, que detém 12.720 lotes ou 63,0% de toda posição comprada do mercado, segundo os últimos dados divulgados pela BVM&F. O atual preço do contrato de outubro é o mesmo do início de dezembro de 2014, o que equivale dizer que todas as posições compradas após essa data estão perdendo dinheiro. Como nessa data a posição em aberto era de menos de 300 contratos, pode-se dizer que praticamente 100% da posição comprada está no terreno negativo hoje. Ao longo da queda recente de preços, em nenhum momento a posição comprada de pessoa física diminuiu, pelo contrário, em algumas semanas ela até aumentou, de modo que maiores quedas de preços podem causa uma liquidação forçada por parte desse participante exacerbando ainda mais o movimento de baixa.


Desconsiderando esse risco de stop de pessoa física, o fluxo vendedor devido à fixações de preço tende a diminuir muito, já que no atual patamar de preços muitas operações de confinamento não conseguem obter lucro e assim optam pela compra de seguro de preço mínimo ao invés da trava de preços. Essa pode ser uma boa estratégia para quem ainda está em aberto para a entressafra, comprar seguro de preço mínimo para garantir pelo menos o custo de produção e aguardar alguma possível recuperação de preços para então travar algum lucro.




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