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Scot Consultoria

Diferencial carne bovina x suína x frango


Quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015 - 17h00

Não há o que acrescentar com relação à movimentação do mercado físico de boi gordo, que permanece exatamente na mesma situação nos últimos 75 dias, ou seja: dificuldade de compra, com a indústria tentando impor preços mais baixos, porém, sem ter oferta suficiente para obter êxito. Nessa situação, a base dos negócios em São Paulo tem ocorrido com preços entre R$143,00/@ e R$145,00/@ e até o momento sem força para romper para nenhum lado esses patamares.


Com a situação macroeconômica do Brasil deteriorando-se mais rapidamente do que a maioria dos analistas esperavam, inflação nos maiores níveis dos últimos 13 anos, desemprego em alta, recessão, aumentos de combustíveis e energia elétrica, greves de metalúrgicos e caminhoneiros, é interessante notar o comportamento da carne bovina frente às outras proteínas concorrentes, notadamente frango e suíno.



As figuras 1 e 2 mostram os diferenciais entre o dianteiro bovino x carne suína e o dianteiro x frango. Repare como o diferencial com o suíno atingiu recentemente o maior patamar histórico e o diferencial com a carne de frango apesar de não estar nas máximas, se mantem próximo disso nos últimos meses. Com a situação econômica da população se deteriorando, esses diferenciais chamam a atenção, pois por mais que a população brasileira tenha tradicionalmente preferência pela carne bovina, a discrepância grande de preços acaba gerando uma migração de consumo. Esse fato também ajuda a explicar a dificuldade que as indústrias tem tido para repassar aumentos de custo aos varejistas, tendo que amargar diminuição de margens (e muitas vezes margens negativas) frente ao alto custo do boi gordo atual.


No mercado externo, apesar de nossa carne ainda ser competitiva e a alta recente do dólar melhorar ainda mais esse fator, os volumes exportados tem apresentado forte retração frente ao ano passado. O acumulado até a terceira semana de fevereiro, divulgado no dia 23/2 mostra queda de 28,5% no volume exportado frente ao mesmo período de 2014.


No geral a situação da indústria se mostra muito complicada e pouco susceptível a maiores aumentos no preço do boi gordo, mesmo diante da situação de oferta restrita como temos atualmente. As empresas que tem ações negociadas em bolsa divulgarão seus balanços do 4o. trimestre de 2014 e o consolidado do ano nas próximas semanas. Uma leitura mais atenta dos dados divulgados pode ajudar muito a ter uma melhor noção da real situação do negócio, já que a manutenção do atual patamar de preços ou eventuais altas futuras vai depender de uma indústria com capacidade financeira para conseguir manter as operações nessa situação adversa.



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