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Scot Consultoria

Mercado de lado há dois meses


Sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015 - 10h54

A tarefa de escrever semanalmente sobre os mercados físico e futuro de boi se torna mais difícil do que o normal em momentos como o atual, no qual não correm alterações significativas de preços há mais de dois meses na praça paulista, que é a maior balizadora de preços para o restante do Brasil. 


Os preços da arroba divulgados pelo CEPEA estão literalmente tabelados ao redor dos R$143,00/@, à vista, praticamente desde o começo de dezembro de 2014, ou seja, descontando-se um dia ou outro de "ruído", são mais de dois meses sem absolutamente nenhum movimento grande para cima ou para baixo. Veja a figura 1.


Apesar de regionalmente ter havido algum movimento de baixa mais sustentável, como é o caso de Goiás, onde os preços recuaram cerca de R$4,00/@ desde o início do ano, a tendência de estabilidade é uma realidade nacional. As dificuldades na compra da reposição e a baixa oferta de animais terminados impedem quedas expressivas no preço da arroba, porém, a dificuldade de repasse dos preços da carne no mercado interno e a diminuição do volume de vendas no mercado externo também impedem qualquer movimento de alta mais sustentado. Aliás, os dados de exportação de carne bovina consolidados para janeiro mostraram redução de 30% no volume embarcado, a maior queda anual de janeiro a janeiro desde 2009, no auge da crise financeira mundial.


O baixíssimo volume de negócios na BVMF e o baixo número de contratos em aberto atualmente são reflexo direto dessa situação de estabilidade forçada nos preços e a falta de liquidez já afeta negativamente quem usa o mercado futuro para especulação, ou até mesmo para o hedge de sua produção. 


No mundo ideal, essa situação seria resolvida pela alta nos preços da carne, que aliviaria as dificuldades financeiras das indústrias, possibilitando a sustentação dos preços atuais por mais tempo, porém, todos os problemas macroeconômicos do Brasil atualmente dificultam essa hipótese. E é nesse mercado travado que os negócios vão sendo realizados atualmente, à espera de algum gatilho que possa desencadear alguma direção para o restante do ano. As apostas do mercado futuro ainda são de estabilidade para toda a safra e leve alta para a entressafra.




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