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Scot Consultoria

Margem da indústria na mínima da história


Quinta-feira, 29 de janeiro de 2015 - 17h05

No mercado físico de boi gordo não houve muita alteração na semana que passou. Apesar de algum ruído no indicador Esalq, o fato foi que ele ficou praticamente de lado, indicando preços em São Paulo ao redor de R$ 143,00, à vista. O que teve forte movimentação foi a carne e infelizmente a movimentação foi de queda de preços. Apenas no dia 27/1 a queda da carne com osso no atacado na cotação divulgada pelo Cepea foi de 4,5%, saindo de ao redor de R$8,90/kg, para R$8,48/kg.


A situação da indústria, que já era complicada, está ficando praticamente insustentável, com as margens medidas pela diferença entre o preço da carne com osso vendida no atacado e o preço pago pelo boi gordo atingido as mínimas da história. Acompanhe na figura 1 a evolução dessa margem nos últimos 12 meses e nos últimos dez anos para se ter noção do quão distorcida em relação à média é a situação agora.


Como já vínhamos chamando a atenção neste espaço, a situação para a indústria não é nada confortável, porque hoje ela se encontra espremida entre a baixa oferta de boi gordo (derivada do alto custo da reposição e boa capacidade de suporte das pastagens) e da baixa demanda por carne (derivada do péssimo ambiente macroeconômico do Brasil hoje). 


Essa situação atual não é sustentável e os gráficos apresentados terão que, de alguma forma, retornar para patamares minimamente mais próximos da média. A questão que se coloca é: como esse ajuste ocorrerá? Será que a oferta de boi gordo dará algum alívio nos próximos meses, ou será que a demanda poderá surpreender e absorver a produção a preços mais altos? Ou uma terceira hipótese seria a indústria readequando sua capacidade de abate através do fechamento de plantas ociosas e/ou a saída de players do mercado?


Ao que parece o caminho para o reequilíbrio do mercado pode ser obtido de forma mais rápida pela readequação da capacidade de abate, já que esse movimento alivia a indústria nas duas frentes, diminuindo a demanda por boi e reduzindo a oferta de carne, gerando benefícios somados. Pelas notícias recentes de férias coletivas e fechamento de plantas, esse movimento já está acontecendo. Vamos observar o comportamento da oferta nesse novo cenário, já que a pressão pelo não pagamento de preços maiores tende a ser grande.




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