Mercado futuro na semana

A oferta de animais prontos para abate voltou a se restringir nessa última semana, e o reflexo disso na praça paulista foi que os negócios ao redor de R$130,00/@ voltaram a ocorrer com maior frequência. Apesar de uma certa volatilidade no indicador à vista, que recuou R$0,52/@ no dia 19/9, cotado a R$128,00/@, para depois recuperar a alta estando atualmente a R$128,72/@, a tendência de preços mais altos permanece.

No entanto, a resistência para pagamentos mais altos pela arroba tem sido muito grande, já que a venda de carne com osso novamente teve sensível redução diante de preços acima de R$8,00/kg, trazendo a margem da indústria para a mínima dos últimos quatro anos, como pode ser observado na figura 1. Até mesmo as exportações que vinham tendo um desempenho muito positivo no ano até agora desaceleraram, com os dados das três primeiras semanas de setembro indicando uma redução de 21,4% frente a agosto/14 e de 23,3% frente a setembro/13.

Diante dessa situação a queda de braço, entre indústria e produtores, tem sido ainda maior e, nessa briga, até o momento, os produtores tem levado a melhor, já que mesmo frente às piores margens em quatro anos, a indústria tem tido que pagar mais para conseguir manter o nível de oferta.

A reação do mercado futuro a essa realidade foi alta de preços, porém, ainda sem conseguir romper as máximas feitas na virada de agosto para setembro. Naquela ocasião o contrato de outubro/14 fez máxima a R$130,60/@, estando cotado atualmente a R$129,50/@. É interessante notar também que o deságio que vinha ocorrendo entre o contrato de set/14 e out/14 se inverteu e agora o mercado apresenta curva ascendente de preços até o vencimento de dez/14, com out/14 a R$129,50/@, nov/14 a R$130,70/@ e dez/14 a R$130,90/@. As negociações para 2015 ainda são muito pequenas ou praticamente inexistentes, porém, no pregão de 24/9 houve negócios a R$130,50/@, contrato de jan/15 refletindo a expectativa de preços ainda bastante firmes para 2015. A expectativa é que a partir de agora as negociações para 2015 comecem a ganhar corpo, permitindo ao produtor que vai entrar o ano carregando um estoque mais caro que nos anos anteriores tenha ferramentas adequadas para poder gerir esse risco conforme suas necessidades.