Procurando o teto

O início de setembro tem trazido boas notícias aos pecuaristas, com o mercado trabalhando em ambiente bastante firme.

A alta acumulada no índice Esalq à vista apenas nos primeiros três dias úteis de setembro já soma mais de R$1,00/@ e, a julgar pela pouca evolução das escalas, mesmo após essa alta nos preços, a tendência pode permanecer para a semana que vem.

A tendência de alta ganha mais sustentação, já que a carne com osso tem mostrado alta ainda maior do que a ocorrida para os preços do boi, melhorando a margem da indústria no mercado interno, conforme pode ser observado na figura 1. 

Mesmo estando atualmente ainda abaixo da média dos últimos 24 meses, a situação melhorou muito desde o seu pior momento, no início de agosto, e a diminuição dos abates ao longo do mês foi suficiente para o ajuste dos estoques, que permitiu a alta recente.

Do lado da oferta, a dificuldade de compra é generalizada e, com exceção das poucas plantas que possuem bois comprados a termo, as demais em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás trabalham com redução dos abates diários e ainda assim sem conseguir alongar as escalas.

Nesse ambiente, é óbvio que o mercado futuro respondeu com altas e, na abertura do pregão de 5/9, todos os contratos de setembro, outubro e novembro fizeram suas máximas do ano, a R$105,95/@, R$107,77/@ e R$107,70/@, respectivamente, porém, perderam força e até o meio dia o mercado operava praticamente estável, com relação ao fechamento de 4/9. 

Conforme abordamos no artigo da semana passada, o mercado futuro permanece numa situação "sobrecomprada", o que acaba por segurar momentaneamente o ímpeto de novas altas, mas a situação do mercado físico também impede quedas maiores, o que deixa o mercado um pouco travado e sem muita volatilidade. 

A boa notícia foi que essa alta recente tem permitido a compra de seguro de preço mínimo a condições muito interessantes, A opção de venda de nível R$105,00/@ para out/13 tem sido negociada ao redor de R$1,00/@ e a de R$104,00/@ ao redor de R$0,70/@.