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Scot Consultoria

Oferta e demanda x escalas


Sexta-feira, 2 de agosto de 2013 - 09h39

A entrada dos primeiros lotes de confinamento com maior volume no mercado no final de julho, somada à maior frente fria que o Sul e Centro-Oeste do Brasil enfrentaram nos últimos anos, foi suficiente para reverter a tendência de alta do mercado físico desde o início de julho. 


Nesse ambiente, o Índice Esalq, à vista, recuou de sua máxima do ano, em R$103,39/@ em 15/7, para ao redor de R$102,00/@, no atual patamar. A desvalorização no mercado físico teve forte impacto no contrato de ago/13, que recuou mais de R$3,00/@, de sua máxima a R$104,45/@ para os atuais R$101,36/@, do ajuste de 31/7. 


Essa queda foi acompanhada de um grande aumento de posição no ago/13 e no volume de contratos negociados (figura), evidenciando um grande aumento, tanto nas apostas de baixa do mercado, quanto nas apostas de alta.


Obviamente, tanto os comprados quanto os vendidos têm análises e dados para sustentar suas decisões, mas em linhas gerais o que mais difere é o peso dado às variáveis analisadas. 


Os vendidos olham as escalas de abate, principalmente dos grandes frigoríficos, e o aumento do fluxo de bois confinados, conferindo a isso um grande fator baixista para o mercado. 


Já os comprados olham a demanda, que vem vindo forte no mercado externo e interno e acreditam que a oferta total de bois, confinados e de pasto, não será grande para superar a demanda e pressionar os preços vistos em julho. Essa última análise ganhou ainda mais força depois que a forte geada no Mato Grosso do Sul não trouxe um volume de gado para o mercado, condizente com o estrago causado nas pastagens, que foi grande.


Todos os anos o aumento das escalas, causado pela entrega dos primeiros lotes de bois a termo, gera bastante apreensão e efeitos baixistas no mercado. Porém, ainda não é possível afirmar que esse fator é determinante para a queda de preços no mercado físico.  


O comportamento de outras commodities, como soja e milho, que têm negociações a termo muito mais representativas do que o boi gordo, evidenciam que esse não é um fator determinante para o rumo dos preços, porém, o efeito atual está sendo baixista. 


De qualquer forma, a boa notícia para os pecuaristas é o contrato de outubro/13, que tem tido um forte suporte ao redor de R$103,00/@ e tem ficado alheio ao "barulho" dos contratos mais curtos, inclusive com o ligeiro aumento do carrego nos últimos dias. 


Vamos acompanhar o impacto que o aumento esperado da demanda por carne pelo começo de mês e dia dos pais terá sobre o apetite de compra das indústrias menores, que não possuem bois a termo, pois esse poderá ser o fator que ajudará a determinar os rumos do mercado em curto prazo.





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