O mercado físico de boi gordo passou a semana sem nenhuma alteração importante.
Apesar do viés altista existente pelas escalas extremamente curtas no início da semana, as indústrias que saíram na frente e pagaram preços mais altos conseguiram encontrar ofertas, evitando maiores altas em curto prazo.
Neste cenário, o Indicador à vista que estava cotado há uma semana em R$98,75/@, está em R$98,64/@, com oscilação muito pequena na semana ao redor destes patamares.
Com essa realidade de plano de fundo, o mercado futuro ficou andando de lado nos últimos dias, com o contrato de junho/13 oscilando entre R$98,50/@, na mínima, e R$99,00/@ na máxima, sem força para romper definitivamente para nenhum lado.
Os demais contratos da entressafra andaram em direções opostas. Enquanto o contrato de julho/13 no pregão de hoje atingiu a cotação máxima em R$100,61/@, o contrato de outubro/13 operou em queda durante a semana cotado atualmente em R$102,70/@ ou R$0,74/@ abaixo de sua máxima até agora em R$103,44/@ do dia 7/6. Coincidência ou não, esta queda do contrato de outubro veio juntamente com a queda dos contratos futuros de milho que recuaram fortemente depois da forte alta das últimas semanas.
Uma variável chave para o desenrolar dos preços futuros do boi gordo (e também do milho) é o rumo que o dólar tomará até o fim do ano.
Um dólar mais caro favorece muito as exportações destas commodities e nas últimas semanas o dólar saiu de ao redor de R$2,00 para os atuais R$2,15 dando mais força para as posições altistas da entressafra.
A alta só não foi maior porque o Banco Central e o governo Brasileiro atuaram fortemente no sentido de evitar maiores valorizações da moeda norte-americana.
Hoje é nítido que o Brasil já não é mais considerado como o "queridinho" dos investidores mundiais e com a recuperação da economia americana ganhando corpo, é natural que muito dinheiro americano investido em vários lugares do mundo (inclusive Brasil) retorne para os EUA, fazendo da alta do dólar um fenômeno mundial e que dificilmente o Brasil conseguirá reverter em curto prazo.
As exportações de carne bovina da primeira semana de junho já vieram 40,0% acima do mesmo período de 2012. Se essa tendência do dólar permanecer, os impactos positivos também serão sentidos nos preços futuros o boi gordo. É bom ficar atento.
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