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Scot Consultoria

Um ano de oportunidades


Quinta-feira, 27 de dezembro de 2012 - 15h52

Este ano vai caminhando para o final de forma melancólica, uma situação que pode ser descrita como difícil, tanto para a indústria como para os produtores.

Já o balanço do ano, no entanto, é amplamente favorável à indústria. Após enfrentar anos difíceis com o ciclo pecuário em alta, hoje ela se beneficia da maior profissionalização na compra e do aumento de oferta de boiadas, recuperando a margem perdida nos anos anteriores, com ótimos resultados. E assim vamos caminhando para o final de 2012 sem ter praticamente nenhum estresse de alta, nem mesmo durante a entressafra deste ano muito atípico, onde o pico de preço do Indicador Esalq à vista foi no dia 24/1 em R$99,81/@.

Este ano foi extremamente difícil para quem atuou apenas no mercado físico de boi gordo, porém, para quem utilizou o mercado futuro, a realidade pode ter sido diferente. Nos primeiros meses, as expectativas de preços em alta para o boi gordo e em queda para o milho, configuraram um ótimo cenário para o confinamento.
Depois do boi magro, o principal custo do confinamento é a alimentação, e nesta categoria, o milho é o insumo de maior destaque.

Mais importante do que os preços do milho em R$/saca, é a relação de troca de sacas de milho por arroba de boi gordo. Esta é a relação que define se o milho está caro ou barato frente à moeda do produtor, a arroba.

Até o início de junho, com a expectativa da safrinha recorde no Brasil, os mercados futuros de boi gordo e milho indicavam uma situação muito favorável ao confinador, como pode ser observado na figura 1.



Com as notícias de seca nos Estados Unidos, em apenas 15 dias esta situação se inverteu, e o que era uma realidade favorável, se tornou extremamente desfavorável para o produtor. A relação de troca de sacas de milho por arroba de boi gordo saiu de 4,38 sacas por arroba para valores abaixo de 3,00 sacas, uma redução de 32,0%.

Os preços no mercado físico se mantiveram relativamente comportados durante o ano todo, mas esta não foi a realidade do mercado futuro, que permaneceu na maior parte do tempo extremamente otimista, mantendo sempre prêmios muito grandes frente ao mercado físico e possibilitando a proteção de preços interessantes, conforme mostra a figura 2.



A média de ágio do contrato de out/12 frente ao Índice Esalq à vista foi ao redor de R$5,00/@ em 2012. Para o contrato de nov/12 foi de R$5,50/@.

É importante lembrar que estes ágios se mantiveram muito acentuados até próximo da liquidação dos contratos. Assim, no inicio de setembro o ágio de out/12 frente ao Índice Esalq à vista era de impressionantes R$10,00/@ e o contrato de nov/12 tinha ágio de R$5,20/@ frente ao índice no inicio do mês, possibilitando ótimas oportunidades de travar preços ou garantir preços mínimos a custos muito interessantes.

Apesar de o ano ter sido desafiador, foram várias as oportunidades de se garantir resultados satisfatórios e, quem aproveitou, não tem do que reclamar.

Para 2013, podemos esperar um ambiente de negócios ainda mais desafiador, com pressões de todos os lados sobre a pecuária e talvez por isso os preços indicados na curva do mercado futuro não chamem a atenção para os hedgers de venda.

Porém, com certeza surgirão janelas de oportunidade para negociações favoráveis, e tomara que as chances perdidas em 2012 se mantenham vivas na memória, para que novas oportunidades não deixem de ser aproveitadas.

Em um ambiente de maior oferta de animais terminados e de ciclo pecuário em baixa, é bom ter sempre em mente aquele velho ditado que diz: "pouco lucro nunca quebrou ninguém". Além de travar preços quando a rentabilidade for boa ou garantir preços mínimos para evitar prejuízos na atividade.



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