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Scot Consultoria

Carne empurrando o boi


Quinta-feira, 6 de setembro de 2012 - 17h56

Já não resta mais nenhuma dúvida que a entressafra tardou, mas não falhou... Após um agosto bastante atípico, com mercado frouxo e preços em queda na maior parte do mês, a última semana trouxe boas notícias para os pecuaristas, com fortes altas, dificuldade de compras, escalas curtas, enfim, um cenário típico de entressafra.


Como chamávamos atenção no texto da semana passada, a carne foi a grande mola propulsora desta alta, subindo forte e permitindo que os frigoríficos menores tivessem fôlego para pagar preços substancialmente mais altos no mercado físico, tanto é que o preço máximo, à vista, divulgado pelo Indicador ESALQ já é de R$99,36/@.


Acompanhe a evolução dos preços do boi casado divulgado pelo CEPEA na figura ao lado.


O preço atual já se aproxima do terceiro maior preço em valores nominais na história, porém quando comparado com o valor dos preços do boi gordo nas datas dos outros picos, vemos que a situação dessa vez é amplamente mais favorável à industria.


A última vez que os preços do boi casado atingiram esse patamar foi no final de dezembro do ano passado e o Índice Esalq à vista da época estava ao redor de R$100,00/@.


Usando como referência a cotação atual do boi casado divulgada pelo CEPEA a R$6,70/kg, isso equivale a uma arroba de R$100,50, abrindo espaço para novas altas no mercado físico caso a restrição de oferta persista ou se acentue.


A movimentação do mercado futuro no pregão de 4/9 foi muito interessante, com o maior volume negociado do ano até agora, com 7.248 lotes negociados apenas no out/12, com máxima de R$104,75/@, mínima em R$103,01 e ajuste em R$103,63.


A movimentação deste contrato com esse grande volume nos dá pistas de que a partir daí a pressão vendedora tende a aumentar, dificultando altas maiores do que os R$105,00/@. Os analistas gráficos inclusive chamam a atenção para o fato de o contrato ter feito uma figura de reversão, ou seja, fez uma nova máxima do ano no pregão de ontem, não conseguindo se sustentar e fechando abaixo do ajuste anterior, no que configura, segundo a teoria grafista, um sinal de possível reversão.


Quando o mercado começa a ganhar volatilidade, como está ocorrendo agora, é fácil achar argumentos para os altistas e os baixistas. Nesse momento, é ainda mais importante nos atentarmos ao que temos de concreto no mercado.


Os fatos concretos que temos até agora são de que a demanda por carne segue firme tanto no mercado interno como no mercado externo, a oferta de animais de pasto já diminuiu sensivelmente e a oferta de animais de cocho ainda é pequena, configurando uma boa tendência altista.


Do lado do mercado futuro essa expectativa já está mais do que precificada, com o contrato de set/12 a R$99,62 ou R$4,66 de alta sobre o Índice ESALQ e out/12 a R$103,63 ou R$8,67 acima.


É fato também que existe um grande interesse dos pecuaristas em fixar preços próximos de R$105,00 para outubro. Resta saber se vai existir fôlego para o mercado futuro subir mais frente às prováveis altas no Índice Esalq que teremos pela frente.




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