Mercado futuro na semana

A movimentação do mercado futuro em direção oposta ao do mercado físico tem chamado a atenção de quem acompanha o mercado de boi gordo.

Desde o final da semana passada, o indicador ESALQ a vista recuou, de R$92,93/@ para R$92,60/@, e o maio, que já se mantinha acima do ESALQ, subiu R$0,20/@, ampliando mais o prêmio até o fim do mês, que atualmente está em R$0,90, sendo que esta sexta-feira dia 25/5 já é o primeiro dia a entrar no cálculo da liquidação do contrato de maio. A movimentação do contrato de out/12 foi ainda mais altista, saindo de R$101,35/@ no dia 17/5 para os atuais R$103,13/@ do pregão de 23/5, conforme pode ser observado na na figura 1.

Com o mercado físico em São Paulo não conseguindo fluxo de ofertas abaixo de R$93,00/@, é natural que o mercado futuro se antecipe a uma possível restrição maior de oferta e opere em alta, porém, a questão que se coloca é que ainda há uma boa oferta de animais, sobretudo fêmeas para abate no Mato Grosso do Sul, e o mercado de carne até o momento não tem dado sinais de melhora.

De qualquer forma, o contrato de junho segue precificado a R$2,90 acima do Índice ESALQ à vista atual e o mercado deve ter dificuldades para aumentar ainda mais o prêmio para esse período, portanto, é prudente imaginar que possíveis altas no curto prazo, no mercado físico, não tenham grandes impactos no mercado futuro, que já precifica esse cenário.

Com a chegada da entressafra e a proximidade do momento de engorda dos animais em confinamento, o cenário tem se mostrado bastante favorável aos confinadores, com o diferencial maio x out na máxima do ano, acima de R$9,50, e a relação milho set/12 x boi out/12 novamente buscando a máxima de 4,20 sacas de milho por arroba. Com esse cenário favorável ao aumento da oferta de animais confinados e sem nenhuma grande expectativa de melhora no consumo no mercado interno e externo, é prudente buscar garantir um preço mínimo para a produção, e hoje é possível comprar uma opção de venda de nível R$95,00/@ para out ao redor de R$0,50/@.

ŸSe o valor mínimo líquido de R$94,50 para outubro for suficiente para cobrir os custos de produção, essa pode ser uma ótima alternativa para a proteção de preços para a entressafra.