A semana com o feriado no dia 1 de maio acabou sendo de pouca volatilidade e poucos negócios no mercado futuro. Com as escalas já bem encaminhadas para a semana que vem, inclusive com algumas indústrias reportando escalas já para a semana do dia 14/5, a pressão de baixa permanece no mercado e o Indice Esalq à vista se situa ao redor dos R$ 94,00/@. A pressão baixista só não é maior pela expectativa de boas vendas no fim de semana do dia das mães e pela recente alta do dólar, que permanecendo acima de R$1,90 pode gerar algum suporte adicional das exportações que, até então, se mantém abaixo dos patamares do ano passado.
A situação do mercado futuro permanece basicamente a mesma, sem ainda conseguir romper definitivamente para nenhum lado, com maio praticamente estacionado ao redor dos R$95,00/@ e out/12 ao redor dos R$103,00/@. A boa notícia para os confinadores é que o diferencial maio x out permanece inalterado nos R$8,00/@, mesmo com a expectativa de aumento ao redor de 20% no volume de animais confinados, segundo dados divulgados recentemente. Aliás, toda a curva de futuros permanece com ágios bastante interessante e remuneradores, possibilitando inclusive ganhos de arbitragem para quem consegue comprar bois no físico e colocá-los em engorda via parceria, travando a venda desse estoque de arrobas de forma a remunerar o capital investido em níveis bastante acima do CDI atual.
Analisando-se a posição dos participantes no mercado futuro divulgada pela BVMF em 27/4, chama a atenção que atualmente o posto de maior comprador do mercado não é mais apenas de pessoa física, que atualmente está dividindo esse posto com Pessoa Jurídica Financeira. Como pode ser observado no quadro abaixo, considerando apenas as posições no mercado futuro e sem incluir as posições de opções, Pessoa Jurídica Financeira e Pessoa Física estão comprados no líquido em 3.035 contratos. Considerando-se apenas a posição comprada (e não a posição comprada - vendida ou posição líquida), Pessoa Jurídica financeira é o maior comprado do mercado, com 5.915 compras.
Na ponta vendida não houve nenhuma grande alteração e o maior vendido continua sendo Pessoa Jurídica não Financeira (onde se enquadram os frigoríficos), com aproximadamente 50% da posição vendida do mercado.
O fato de existir um novo participante além de Pessoa Física com destaque na compra é altamente positivo para o mercado, que já vinha ressentido de ter sempre o mesmo participante na ponta compradora, tanto melhor que esse participante seja Pessoa Jurídica Financeira, que provavelmente terá uma posição menos volátil e menos sujeita a mudanças abruptas no curto prazo que a de Pessoa Física, gerando uma demanda compradora adicional que é muito bem vinda ao mercado. Coincidência ou não, a curva de preços deste ano tem se diferenciado da dos últimos três anos pelo bom ágio embutido nos preços futuros, cabe aos hedgers aproveitar as oportunidades para travar possíveis ganhos.
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