Relação de troca Boi x Milho

No artigo da semana passada abordamos, neste espaço, o fato da precificação atual dos principais custos do confinamento contra os preços de venda indicados no mercado futuro estarem favorecendo enormemente a atividade para este ano. Ocorre que a evolução dos preços nos mercados físico e, sobretudo, no futuro muda muito rapidamente e a única forma de travar uma relação de preços satisfatória ao pecuarista é através do uso do mercado futuro ou da compra a termo de insumos.

Para travar a relação de troca boi x milho no mercado futuro, é necessária a utilização do contrato de milho. Vamos abordar as principais características desse mercado. A cotação é em R$/saca de 60kg e o lote é de 450 sacas.

Diferentemente do mercado de boi, que tem vencimento em todos os meses do ano, o contrato de milho tem vencimentos apenas nos meses de janeiro, março, maio, julho, setembro e novembro.

A evolução da relação de troca boi out/12 x milho set/12, está atualmente em 3,96 sacas de milho/@, saindo da mínima recente a 3,7 em meados de março. Acompanhe a evolução dessa relação na figura 1.

A forma de travar o poder de compra da arroba em sacas de milho é vender o boi out/12 e comprar equivalente quantidade de contratos do milho set/12. Uma vez travada a relação de troca, que está atualmente em 3,96 sacas/@, é necessário equilibrar o número de contratos de cada mercadoria para manter a relação estável. Como o contrato de boi tem 330@, um contrato de boi é o equivalente a 1,30 mil sacas de milho, ou 2,90 contratos, assim para cada contrato de boi outubro vendido, deve ser comprado 2,90 contratos de milho setembro, travando a relação de troca.

Quando ocorrer a compra do milho no mercado físico, liquida-se a posição comprada do milho no mercado futuro, "transferindo-se" assim o estoque de milho carregado na bolsa para o físico, porém mantida a relação de troca feita pelo pecuarista.