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Scot Consultoria

Mercado em alta


Quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011 - 16h34

Passado o sazonal e esperado aumento da demanda que vem junto com início de mês e volta às aulas, o esperado seria uma nova acomodação do consumo e dificuldades na manutenção dos preços em patamares mais altos, porém, devido à baixa oferta, o que vem ocorrendo é alta nos preços da carne no atacado e alta nos preços do boi no mercado físico. O Índice ESALQ à vista, que havia fechado a semana passada a R$103,06/@, subiu 1,30% na semana e é cotado atualmente em R$104,41/@ (R$102,00/@, livre), com máxima à vista a R$106,50/@ (R$104,00/@ livre). A atual dificuldade de compra de animais prontos para o abate surpreende, já que, ao menos no calendário, estamos em plena safra e a oferta deveria aos poucos ir aumentando, com reflexos negativos nos preços, o que não vem ocorrendo. A maioria dos analistas coincide em considerar a razão para tal falta de oferta como sendo o grande abate de animais magros e mal terminados nas altas de novembro e dezembro para aproveitar os preços remuneradores. Faz sentido imaginar que essa “queima” de estoque faça falta agora já que esses seriam os animais que entrariam para abate no início da safra. Uma questão importante a ser analisada de agora em diante é até onde esse fator se fará presente, já que o “timing” desse efeito será fundamental para precificar a possível reversão da tendência de alta atual. A destruição de demanda causada pelos preços mais altos ainda não foi suficiente para segurar aumentos e a volta do pagamento de ágio para animais “Europa”, atualmente entre 2% e 3% do valor da @, nos indica que a demanda externa voltou a impactar positivamente a precificação da @ no mercado interno. O mercado futuro, cujo contrato de fevereiro chegou a fazer mínima de R$101,80/@ na última semana, precificando um boi abaixo de R$100,00/@, à vista, em São Paulo, conforme chamávamos a atenção no comentário da semana passada, subiu forte, rompendo pela primeira vez a barreira dos R$103,00/@ e precificado atualmente ao redor de R$103,50/@, operando em alta, porém, ainda 1 real abaixo do índice ESALQ atual. O out/11 subiu ainda mais forte, fazendo nova máxima do contrato, a R$106,35/@. Aliás, esse viés permanentemente baixista no mercado de boi vem chamando a atenção (e gerando boas oportunidades aos compradores...). Depois da vertiginosa alta até meados de novembro, em nenhum momento o mercado teve distorção para cima, sempre operando com grandes deságios e em muitas vezes com grandes distorções baixistas (como o contrato de out/11 precificado ao redor de R$96,00/@ no inicio do ano), o que acaba não criando boas oportunidades de hedge aos pecuaristas. É bem verdade que o deságio na safra diminuiu, sobremaneira, voltando para próximo de patamares históricos, e que agora temos carrego entre safra e entressafra, porém, isso foi muito mais a correção de uma grande distorção do que uma precificação otimista do mercado futuro. A história mostra que não convém apostar contra a força da safra, porém, até o momento, quem vendeu apostando a seu favor não vem obtendo bons resultados.
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