Início de ano morno

Os mercados físico e futuro de boi começaram a semana conforme seria esperado, com volume de negócios bastante abaixo do normal e os principais players ainda aguardando uma leitura mais completa do mercado para se posicionarem de forma mais efetiva. No mercado físico, com a expectativa de menor demanda no mercado interno, sobretudo para os cortes de traseiro, de maior valor agregado, há uma pressão por preços mais baixos, pressão essa que vem tendo pouco resultado, já que a oferta de animais terminados ainda é, de certa forma, restrita. O Índice ESALQ à vista, que encerrou o ano cotado em R$104,73/@, se comportou de forma errática na primeira semana do ano, caindo R$1,23/@ no dia 3/1, subindo R$0,52/@ no dia 4 e caindo R$0,99/@ no dia 5, cotado a R$103,03/@. Essa grande volatilidade, atípica para o mercado físico, se deve provavelmente à pequena base de negócios realizados, onde algum negócio diferenciado teria impacto maior podendo distorcer a média. Já o mercado futuro começou o ano com apenas 4.541 contratos em aberto, menor valor para início de ano em mais de 10 anos e volume de negócios baixo e extremamente concentrado no vencimento de jan/11, que possui atualmente 3.921 contratos em aberto e concentra cerca de 95% do volume de negócios atualmente. Graficamente, o contrato de janeiro continua numa bem definida tendência de alta, com as médias móveis de 10, 30 e 60 dias em alta e com o contrato operando acima da média de 10 dias e respeitando muito seu suporte, conforme pode ser observado na figura 1. Atualmente o contrato de janeiro ao redor de R$100,00/@ precifica um boi no mercado físico ao redor de R$97,75, à vista, livre de funrural no final do mês em São Paulo. No entanto, é importante considerar que ao redor dos R$100,00/@, à vista, deve existir uma grande resistência de venda por parte dos pecuaristas paulistas, portanto, o grande teste atual seria o Indicador ESALQ à vista se manter de forma consistente abaixo de R$102,35/@, que representa os R$100,00/@, à vista, livre, no estado.
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