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Scot Consultoria

Mercado futuro retrospectiva 2010


Terça-feira, 28 de dezembro de 2010 - 14h04

O ano de 2010 começou com uma grande “ressaca”pela forte queda de preços ocorrida na entressafra de 2009 e ensaiando certa recuperação, com o Índice ESALQ à vista cotado no início do ano ao redor de R$76,00/@. Nessa mesma época, o contrato de out/10 fez sua mínima em R$75,00/@ e passou a oscilar entre esse valor e os R$80,00/@, evidenciando o pessimismo exacerbado do mercado para a entressafra de 2010. Somente no final de janeiro é que o contrato de out/10, empurrado por uma leve, mas consistente, alta do mercado físico, conseguiu romper definitivamente a barreira dos R$80,00/@ e buscar um novo patamar de oscilações entre R$81,00/@ e R$82,00/@, que perdurou até final de fevereiro. O cenário ainda era de extremo pessimismo e a volatilidade muito baixa nos mercados físico e futuro, faziam o volume diário e os contratos em aberto na bolsa diminuírem sensivelmente. O mercado foi seguindo seu curso, porém, na safra os preços foram alcançando patamares ligeiramente mais altos, com o mercado físico rompendo pela primeira vez o patamar dos R$80,00/@ no final de março. O mercado futuro seguiu a tendência, e o out/10 fez sua máxima ao redor dos R$89,00/@, no início de abril. A alta nos futuros, porém, foi bastante efêmera, já que logo em seguida, com o mercado físico não sustentando a alta, o contrato de out/10 praticamente estacionou ao redor dos R$85,00/@, permanecendo nesse patamar até final de julho, num dos períodos com mais baixa volatilidade na história dos contratos de outubro. O spread maio x out, que representa o carrego e porque não dizer o “incentivo” para a decisão de confinamento, não apresentou em nenhum momento de sua evolução valores minimamente interessantes e no vencimento do contrato de maio, em 31/5, estava cotado em R$3,17, ou apenas 3,89%, de carrego da safra para a entressafra, o menor valor da história. Em meados de maio a relação de troca atingiu seu menor valor histórico, a 1,80 bezerros/boi. Tamanho desincentivo ao confinamento acabou sendo fator decisivo para a evolução dos preços no restante do ano. A partir daí o mercado seguiu em ligeira alta, com o mercado físico rompendo o patamar de R$90,00/@ no final de agosto. Em nenhum momento, porém, o contrato de out/10 se distanciou significativamente do Índice ESALQ à vista. Na realidade houve momentos, como em início de setembro, em que ambos tinham cotações iguais, ao redor de R$92,50/@. O pessimismo perdurou até início de outubro, onde até o dia 7/10 o contrato de out/10 estava 1 real abaixo do Índice ESALQ à vista (R$93,48 x R$94,62). A partir daí o movimento de alta foi vertiginoso, com o índice ESALQ à vista e o contrato de out/10 subindo 19% apenas no mês de outubro, sendo que apenas na última semana a alta foi de 9%, com o Indice ESALQ em $113,12/@ e out/10 liquidado pela média das cinco últimas cotações do Índice ESALQ à vista em $109,90/@. O combustível para toda essa alta foi uma combinação de diminuição da oferta e aumento da demanda, num momento em que o poder aquisitivo da população brasileira vinha em forte alta, com crescimento do PIB ao redor de 7,50% ao ano e desemprego nas mínimas históricas. * Nesse cenário os preços da carne acompanharam a alta do boi, não impactando as margens dos frigoríficos, da mesma forma que em junho de 2008, na última forte alta da arroba antes de 2010. O valor da arroba em dólares rompeu sua máxima de US$60,00/@ de início de agosto de 2008, atingindo US$69,00/@ no início de novembro de 2010. A alta perdurou até o dia 9/11, quando o Índice ESALQ à vista fez sua máxima em R$117,18/@. Curiosamente nesse dia o valor da @ do boi se igualou ao valor da @ do bezerro, fato que não ocorria desde dezembro de 2007, trazendo a relação de troca para a máxima do ano, em 2,69 bezerros/boi. A partir daí os preços cederam no mercado físico, porém não na mesma intensidade que subiram, recuando 12% para a mínima recente de R$102,87/@ no inicio de dezembro, com a intenção de venda diminuindo sensivelmente à medida que os preços se aproximavam dos R$100,00/@ à vista em São Paulo, encerrando-se assim o ano em que o mercado futuro, através do spread maio x out, previu a menor variação safra x entressafra da história, mas, na realidade, o que ocorreu foi exatamente o inverso, com a maior alta histórica em uma entressafra.
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