Mercado futuro na semana

Os mercados físico e futuro de boi estão atualmente tão esvaziados que fica até difícil tecer comentários sobre a evolução dos preços tendo como pano de fundo um ambiente tão parado assim. O fato é que as vendas de carne não estão tão aquecidas como era de se esperar para o final do ano, especialmente para os cortes do dianteiro, que não vêm tendo bom escoamento na exportação. Dessa forma, mesmo com uma oferta de bois ainda restrita, os preços aos poucos perdem sustentação e as escalas avançam já para o final da semana que vem. O Índice ESALQ à vista, que estava em R$105,12/@ na semana passada, está atualmente em R$104,68/@, com o contrato de dez/10 ao redor de R$103,80/@, precificando, portanto, uma queda de mais aproximadamente 1 real no mercado físico até o fim da semana que vem. Já o contrato de jan/11 está atualmente ao redor de R$98,00/@, ou 5,6% abaixo de dezembro. Analisando essa variação comparativamente às variações desde 2000, podemos perceber que apenas em 2006 houve valor semelhante ao já precificado pelo mercado futuro atualmente, como pode ser observado na tabela 1. Por mais que cada ano seja único e não necessariamente guarde correlação com o passado, é sempre bom ter em perspectiva uma análise histórica para validar ou não uma determinada precificação do mercado futuro. Dessa forma, sob uma perspectiva puramente histórica é pouco provável que janeiro apresente uma queda grande como a já precificada pelos futuros. Os fundamentos do mercado em janeiro sem dúvida são mais baixistas do que os de dezembro, com possivelmente uma maior oferta de bois e uma sensível diminuição no consumo interno de carne, sobretudo cortes nobres de maior valor agregado. Todo esse cenário, porém, já está embutido na precificação atual do contrato de janeiro como a mais pessimista dos últimos anos. Em tempo: a atual movimentação do mercado futuro é extremamente decepcionante, com pouquíssimos volumes negociados e pouca atividade de rolagem de contratos. Atualmente temos 10.500 contratos em aberto no mercado, sendo 6.958 no dez/10, que serão liquidados em 30/12, restando, portanto, apenas 3.000 posições para 2011.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>