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Scot Consultoria

Operações estruturadas envolvendo opções


Quinta-feira, 17 de junho de 2010 - 16h36

O mercado de opções na BM&F/Bovespa já é uma realidade e se consolidou como uma alternativa cada vez mais usada pelos pecuaristas para gerir o risco de preços na entressafra. A compra de uma opção de venda, por exemplo. É uma operação bastante simples e equivale a comprar um seguro, ou garantia de preço mínimo para a produção, porém, usando estratégias que combinam as opções de compra e de venda, é possível conseguir operações que se adéqüem melhor às necessidades de cada pecuarista. Uma operação que já vem sendo muito usada consiste na compra de uma opção de venda (put) e venda de uma opção de compra (call). Apesar do jogo de palavras poder gerar uma pequena confusão, essa é uma operação relativamente simples, que visa garantir ao pecuarista uma faixa de preços na qual ele estaria segurado e, dependendo dos valores envolvidos na negociação, esse seguro pode ser realizado com fluxo financeiro zero. A idéia por trás da operação é que o valor desembolsado para a compra da opção de venda, seja recebido na venda da opção de compra, gerando assim um fluxo líquido zero. Vamos aos exemplos: Considerando essa operação para o vencimento out/10, vamos tomar como base valores que correspondem à realidade atual do mercado. Com o contrato futuro de out/10 negociado ao redor de R$84,70/@, a operação seria comprar uma opção de venda de nível R$83,00/@ pagando, por exemplo, R$1,70/@ e, ao mesmo tempo, vender (ou, no jargão do mercado, “lançar”) uma opção de compra de nível R$86,00/@, recebendo por essa venda, por exemplo, R$1,70/@. Resultados: como o pecuarista conseguiu comprar a opção de venda pelo mesmo preço que ele vendeu a opção de compra, o desembolso dele nessa operação foi zero. Se o mercado cair abaixo dos R$83,00/@ ele pode exercer a sua opção de venda, o que equivale a dizer que ele garantiu um preço mínimo de R$83,00/@. Se o mercado ficar entre R$83,00/@ e R$86,00/@ ele nem exercerá a opção de venda e nem será exercido na opção de compra que lançou, ou seja, essa é a faixa de preço em que ele estará segurado a custo zero. Caso o mercado suba acima de R$86,00/@, o comprador da opção de compra exercerá a opção. Dessa forma, o lançador da opção de compra (pecuarista) ficará vendido a R$86,00/@ e pagará o ajuste, caso o mercado continue subindo. Como o pecuarista tem o ativo envolvido na negociação (boi gordo), se para ele, na pior das hipóteses, ficar vendido a R$86,00/@ for um preço interessante, então a operação faz sentido. Resumidamente, o que o pecuarista definiu foi um preço mínimo e um preço máximo para sua produção. Se o mercado cair abaixo de seu preço mínimo (R$83,00/@, no exemplo), ele estará segurado. Se o mercado ficar com os preços entre seu preço mínimo e máximo (R$83,00/@ e R$86,00/@), para ele não fará diferença, e se o mercado subir acima do preço máximo, na prática, ele ficará limitado a esse preço. Se o preço mínimo, preço máximo e a faixa entre eles forem interessantes ao pecuarista, então vale a pena realizar a operação. Em linhas gerais essa é a mecânica da operação. Existem alguns aspectos operacionais que devem ser lembrados, como a exigência de margem de garantia ao se lançar a opção de compra e a necessidade de caixa caso o mercado suba acima do nível da opção de compra lançada. No momento atual, com a necessidade de se definir os investimentos no confinamento, essa pode ser uma alternativa interessante e com custo bastante reduzido.
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