Mercado futuro na semana

Mesmo com a forte alta da carne no atacado na semana passada e a expectativa de melhor consumo pelo pagamento dos salários no início do mês, houve uma alta apenas moderada nos preços do boi no mercado físico. Mesmo com escalas curtas, o Índice ESALQ à vista subiu apenas de R$81,10/@, em 25/05, para R$81,83/@, em 01/06. O contrato futuro de mai/10 foi liquidado pela média das 5 últimas cotações do Índice ESALQ à vista de maio, a R$81,46/@. O mercado futuro, que já precificava essa possível melhora dos preços, com out/10 saindo até a R$86,00/@, ago/10 a R$84,30/@ e jul/10 a R$84,10/@ sentiu o baque na sexta-feira da notícia do auto- embargo das exportações brasileiras de carne industrializada aos EUA e operou em forte queda já na sexta-feira dia 28/05, permanecendo em queda nos demais pregões, de 31/05, 01/06 e 02/06, até o meio do dia, com out/10 negociado ao redor de R$84,30/@. Após romper para baixo os suportes representados pelas médias móveis de 30 e 60 dias, o contrato de out/10 encontra-se exatamente no valor de sua média móvel de 90 dias. Tecnicamente esse é um valor muito importante e as três últimas tentativas de romper para baixo dessa média foram frustradas, com esse contrato se recuperando rapidamente, como pode ser observado na figura 1. O teste desse suporte deve chamar a atenção de todos os participantes do mercado e caso o mercado consiga se segurar acima desse suporte, seria uma ação bastante positiva para os preços. Outro fator que chama a atenção é o valor de liquidação do contrato de mai/10, pela média dos últimos 5 Índices ESALQ à vista do mês de maio a R$81,46/@. Este valor é praticamente o mesmo da liquidação do contrato de abr/10 a R$81,50/@ e pouco acima dos R$81,22/@ da liquidação de mar/10. Além disto, é bastante próximo do valor de R$81,32/@ da liquidação de mai/09, numa precificação “flat” pouco usual para o mercado de boi. A expectativa do mercado futuro é de preços muito próximos da estabilidade também para jun/10, que é negociado ao redor de R$81,90/@, e uma alta moderada de jul/10 até out/10, que é precificado atualmente como o pico da entressafra, porém, com uma alta bastante comedida em relação à média histórica. Muito provavelmente a realidade dos últimos dois anos, com preços caindo na entressafra, ainda está impactando negativamente a expectativa dos participantes para a entressafra atual. A atual evolução dos preços no mercado físico, com altas muito comedidas, vem ratificando essa precificação.
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