O mercado do boi gordo acumula alta de 7,8% desde janeiro deste ano, mas a aproximação do final da safra já começa a pressionar as cotações do boi gordo. De modo geral, as programações de abate seguem curtas para o padrão de safra, mas houve significativa melhora em relação ao observado nos últimos meses.
O aumento da oferta trouxe ao mercado o medo de que os bois pudessem estar represados no pasto. Não existe um método exato para verificar a disponibilidade real de gado que pode chegar ao mercado neste mês, o que resulta em excesso de cautela pelos
players e preços em queda, às vezes exagerada, na BM&F.
No dia 6/5, o contrato de maio era negociado abaixo de R$80,00/@ e o contrato de outubro abaixo de R$84,00/@, com quedas de 1,33% e 1,70% na semana, respectivamente.
Ou seja, atualmente o mercado prevê o boi gordo cotado em R$84,00/@, à vista, em outubro, com uma alta de apenas R$2,80/@ (3,5%) em relação ao atual.
Diante dos preços elevados para o gado de reposição e dificuldade em encontrar ofertas regulares, o pecuarista que ainda precisa comprar o gado magro para colocar no confinamento pode rever a sua decisão. Pesquisas de intenção de confinamento já reportam expectativa de queda, mas o volume pode ser ainda menor diante da previsão pessimista do mercado hoje em dia.
A reversão dessa tendência baixista é esperada para o início da entressafra, quando ocorre o hiato entre os bois de pastos cada vez mais escassos e a chegada compassada dos bois de cocho.
O bom resultado das exportações ajuda a desenhar um cenário mais otimista para o segundo semestre. A receita obtida este ano está bem acima da observada em 2009, ainda que
abaixo do registrado em 2008.
O consumo interno, por sua vez, deve ser o principal fator de sustentação, sobretudo com agências internacionais revendo o crescimento do PIB do Brasil de 5,5% (estimativa mais recente) para até 6,5%.
Dessa forma, o contrato de outubro já é visto como defasado e parece ter encontrado seu piso. Quem já realizou o
hedge, pode comprar
call (opção de compra) para proteger a venda e aproveitar a possível alta.
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